Técnica não invasiva criada por médicos da Universidade de Harvard vem fazendo sucesso e apresenta excelentes resultados no combate à gordura localizada.
Imagine um procedimento estético não invasivo que, em uma única sessão, possibilita que você perca até 30% de lipodistrofia localizada (a odiada gordura localizada)? Pois é, isso é o que promete a criolipólise, uma técnica que vem fazendo a cabeça de famosas como Cláudia Raia, Dani Bolina, Luana Piovani, Geisy Arruda, Eliana, Fani, Viviane Araújo e muitas outras.
Desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a criolipólise usa baixas temperaturas para acabar com a gordura localizada. O aparelho é colocado na superfície da pele, fazendo as células de gordura serem congeladas a temperaturas negativas para serem destruídas.
É o que explica Luciana Nemr, proprietária da Beauty House, clínica estética especializada no uso da técnica. “O equipamento tem um manípulo com uma sucção que ‘segura’ a prega de gordura dentro dele por 40 a 60 minutos a temperaturas que vão de zero a menos dez graus. Após a sessão, cerca de 30% das células de gordura daquela região estarão com uma estrutura diferente da célula normal, o que permite que o organismo metabolize essas estruturas e as elimine, progressivamente, em até 90 dias.”
Congelando e destruindo
A criolipólise é feita com a ajuda de um aparelho específico cujos aplicadores se acoplam perfeitamente às diferentes áreas do corpo. A ponteira do aparelho realiza um poderoso vácuo que promove a sucção da pele e da porção de gordura localizada. Ao mesmo tempo, o resfriamento intenso e controlado da gordura destrói as células de gordura. O resfriamento controlado age danificando seletivamente as células adiposas, que são mais sensíveis ao frio, sem causar qualquer dano a nervos, músculos e a outras estruturas próximas.
O aparelho da criolipólise é adaptado para cada área do corpo. Para a região da barriga existe uma ponteira grande, já para as costas e pneuzinhos laterais utiliza-se a ponteira menor. Com isso, a criolipólise pode ser feita apenas em algumas partes do corpo, que são aquelas que se adaptam bem às ponteiras. Não é possível fazer no rosto, por exemplo, porque o aplicador não se encaixa.
Segundo médicos especialistas, a eliminação das estruturas dos adipócitos destruídas com a baixa temperatura é feita pelo sistema imune, e a gordura no interior das células é conduzida ao fígado pelo sistema linfático para sua metabolização. Uma vez que o sistema linfático leva apenas uma pequena quantidade diária de gordura para ser metabolizada, não há perigo de sobrecarga do fígado nesse processo.
Regina Gomes, arquiteta, já se submeteu ao tratamento e aconselha. “Tinha bastante gordura localizada nos culotes e, após me submeter à criolipólise, obtive uma melhora significativa que resultou em uma excelente redução de medidas”, comemora.
Ela conta que a técnica não é dolorida, e os resultados realmente aparecem em cerca de 90 dias. “Quero fazer agora nas gordurinhas das costas”, planeja.
Indicações e cuidados
O primeiro passo para se submeter à técnica é passar por uma avaliação de profissional especializado que vai analisar se, na região escolhida, há uma prega de gordura ideal que a pessoa pretende eliminar. “Se não tiver uma prega de gordura ideal, o resultado acaba sendo muito pouco e não compensa o tratamento”, explica Luciana, proprietária da clínica.
O procedimento é indicado para pessoas que tenham gorduras localizadas, mas não é um tratamento para sobrepeso ou obesidade. Ela é opção para pessoas que tenham gordura localizada em algumas regiões corporais, como o famoso pneuzinho, por exemplo. De acordo com o fabricante do equipamento, o procedimento elimina até mesmo aquela gordura incapaz de ser combatida com dieta e exercícios físicos.
A técnica é contraindicada para pessoas com sensibilidade ao frio – como quem tem urticária, por exemplo -, com hérnias no local da aplicação, infecções na pele, para gestantes e para quem passou por cirurgia recentemente.
As queimaduras pelo frio são o principal risco do uso da técnica. Por isso, deve ser aplicada somente por profissionais capacitados que tenham profundo conhecimento do equipamento e sempre sob supervisão médica. “Para a proteção da pele é fundamental o uso de manta anticongelamento específica, que é colocada entre a pele e a placa de congelamento. Essa manta deve ser descartada a cada área tratada. A reutilização das mantas ou o uso de qualquer outro material no lugar delas é o grande causador de problemas nas sessões”, alerta Luciana.
Uma das vantagens da criolipólise é que a técnica é realizada em uma única sessão. “Como ela elimina cerca de 30% da gordura de uma área, se o cliente quiser perder mais gordura nessa mesma região poderá se submeter a outra sessão. Entretanto, deve-se respeitar o intervalo mínimo de 60 dias para a realização de uma segunda sessão na mesma área”, recomenda a especialista.
Um pouco de história
A criação da técnica é bastante recente. No ano de 2008, iniciaram-se os testes e, em 2010, o procedimento foi disponibilizado ao público em geral, chegando ao Brasil somente em 2012, por meio do III Simpósio de Cosmiatria, Laser e Outras Tecnologias.
A origem da ideia da criolipólise é bastante curiosa e remonta a alguns eventos raros analisados: as denominadas paniculite do picolé e paniculite equestre. O primeiro diz respeito à condição causada pela redução do volume de gordura dos lábios, em razão de contato frequente com picolés e alimentos gelados, verificado em crianças. O segundo refere-se à diminuição da camada de gordura da região de dentro das coxas de mulheres que, vestidas com calças justas, praticavam equitação sob clima gelado. Tais eventos revelaram ser indícios de que a gordura seria mais sensível aos efeitos do frio do que a pele e serviram de inspiração para se realizarem estudos mais aprofundados sobre o fenômeno do tratamento criolipólise em si.
Em 2008 é que se iniciaram as primeiras pesquisas conclusivas referentes a essa técnica, com a participação de dois cientistas do curso de Medicina de Harvard, o Ph.D Dieter Manstein e o Dr. R. Rox Anderson.
E, após inúmeros testes, primeiro em animais e depois em grupos de humanos, em 1º de abril de 2009, o trabalho final sobre a criolipólise foi apresentado na 29ª Conferência Anual da Sociedade Americana de Laser, Medicina e Cirurgia – ASLMS, em National Harbor, no Estado de Maryland, EUA, causando um verdadeiro alvoroço na comunidade médica pelos ótimos resultados apresentados.
Precauções na escolha
As marcas que comercializam o aparelho da criolipólise exigem que um médico seja responsável pelo procedimento e, se outro profissional de saúde o aplicar, o médico deve acompanhar esse procedimento de perto.
Hoje existem diversas marcas de equipamento de criolipólise e o que a pessoa interessada na técnica deve observar é se o equipamento utilizado tem aprovação na ANVISA.
Depois de aplicar a criolipólise, o paciente deve continuar cuidando da alimentação e da manutenção do peso. Isso porque a gordura localizada se forma em uma área em que a pessoa tem tendência de engordar. Se, após a aplicação da técnica, ela se descuidar, as gordurinhas indesejadas certamente voltarão.
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Rê Spallicci