Quem não quer estar entre os profissionais mais cobiçados pelo mercado? Confira os diferenciais desses profissionais que, mesmo em tempo de crise, são constantemente assediados pelos “caçadores de talentos”.
Quem não quer estar entre os profissionais mais cobiçados pelo mercado? Afinal, em um cenário de retração econômica, altos índices de desemprego e um mercado de trabalho em permanente e rápida evolução, estar entre os profissionais “desejados” é sinônimo de tranquilidade.
Sim, o bom profissional, aquele capaz de reunir as capacidades e habilidades buscadas pela maioria das empresas, mesmo em meio à crise, é frequentemente assediado, chamado para entrevistas e convidado a assumir novas posições em outras empresas.
Aliás, esse “assédio” é um bom termômetro para você perceber a quantas anda em sua carreira. Sim, porque vamos combinar, cada vez mais, estamos sendo constantemente observados, e não apenas dentro da empresa em que trabalhamos, mas também por pessoas de fora, pelo mercado.
Ao longo de minha carreira, já pude observar, algumas vezes, profissionais serem convidados por fornecedores ou clientes para ocuparem cargos nas empresas com as quais eles mantinham alguma relação de negócios. Feita dentro de princípios éticos, essa é uma situação que revela, na verdade, um reconhecimento superbacana. Ou seja, é como se a empresa interessada no profissional dissesse: “Vejo que você é tão bom e correto no que faz que gostaria de tê-lo no meu time, que tal?”. Basicamente é isso, e dá um orgulho pensar em receber uma proposta desse tipo, hein?
Promova-se
Não tem jeito, o bom profissional, em algum momento, vai ser convidado a assumir uma nova posição. Costumo dizer que as empresas não “promovem” ninguém, as pessoas se “promovem” a si mesmas com seu desempenho e sua postura! E, em um mundo tão conectado como o que vivemos, engana-se quem acha que a “promoção” ficará restrita à atual empresa. “Helloooo!”, vivemos tempos em que basta um bom campeonato disputado, e nossos craques vão brilhar – e receber portentosos salários – em gramados chineses. O mundo está pequeno demais, gente!
Imagino que você possa, a essa altura, estar perguntado: “Ok, Renata, já entendi que há sempre oportunidades para o bom profissional. Mas, afinal, o que torna um profissional tão cobiçado assim?”.
Bem, em primeiro lugar, e não há como fugir disso, é preciso que você tenha qualificação técnica em sua área. Quanto mais experiência, melhor; quanto mais formação, melhor. Mas, arrisco-me a dizer que isso se torna, cada vez mais, praticamente uma “obrigação”.
Sim, é claro que um currículo com uma boa experiência e cursos interessantes, complexos, estratégicos, internacionais sempre agregam ao currículo, mas não fazem exatamente “aquela”diferença.
O mais estratégico, em minha opinião, aquilo que, de verdade, diferencia o profissional cobiçado pelo mercado do profissional comum é justamente sua inteligência emocional. E, quando falo em inteligência emocional, estou falando de pessoas com capacidade de relacionamento, capacidade de articulação, de manter o networking, de entender como se relacionar, que assuntos tratar… Pessoas com inteligência emocional constroem diversos grupos de amizade, redes de amigos, de conhecidos, de colegas, e isso é fundamental.
Acredite no mentoring
Tenho observado que bons profissionais contam com ajuda externa e, sempre que precisam, recorrem a técnicas de desenvolvimento, como o coaching e o mentoring. Bem, vocês já sabem que sou superfã do coaching, tanto assim que já contei aqui dos processos pelos quais passei, o quanto me ajudaram e o quanto recomendo essa técnica. Mas, hoje, ao falarmos de profissionais cobiçados pelo mercado, quero destacar a importância do mentoring para a capacitação técnica.
O mentoring consiste, basicamente, em uma pessoa mais experiente ajudar outra menos experiente em seu desenvolvimento. Ou seja, o mentor é alguém que tem vasta experiência profissional no campo de trabalho ou interesse da pessoa que está sendo ajudada. Muitas empresas têm recorrido a essa técnica, convidando profissionais mais experientes a que transmitam parte de seu conhecimento para os mais novos.
Mas, lembre-se: você é o responsável pela sua carreira. Portanto, não espere que a empresa lhe ofereça uma oportunidade, porém, você pode muito bem – e de maneira informal — identificar pessoas do seu convívio que poderão atuar como seus mentores. É isso mesmo! O mentoring, em geral, é um investimento alto, mas você pode convidar familiares e amigos de seus círculos de relacionamento para que sejam seus “conselheiros”. Considere isso: “quem são as pessoas que você escuta, quando precisa tomar uma decisão?”; “quem são as pessoas ponderadas que você gosta de escutar?”. Pode ser um pai, uma mãe, um melhor amigo, um colega do mercado de trabalho… algo simples de se fazer e que pode contar muito para um profissional se diferenciar no mercado.
Aprenda sempre
“Só sei que nada sei, e o fato de saber isso me coloca em vantagem sobre aqueles que acham que sabem alguma coisa.” (Sócrates)
A humildade para admitir que não sabe todas as respostas e a disposição para estar sempre aprendendo são qualidades dos profissionais que se destacam no mercado.Em um mundo em que uma criança tem mais informação do que o imperador romano tinha no auge de Roma, chega a ser uma ilusão querer saber ou ter todas as respostas.
Até porque, em um mundo em constante evolução e tão dinâmico, novas dúvidas e questionamentos surgem a cada instante. Como diz o escritor Luiz Fernando Veríssimo, “quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”. E não é mesmo assim, rsrs?
Por isso, você não precisa saber todas as respostas, mas precisa saber fazer as perguntas certas. Se pensarmos em um profissional excelente, sobretudo quando ele ascende na carreira, alcançando cargos mais elevados e assumindo novas responsabilidades, quanto mais ele souber fazer as perguntas certas, melhor ele vai desempenhar. Se você for um líder, admita que não tem todas as respostas e que precisa da equipe para ajudá-lo a atingir os objetivos.
O saudoso psicoterapeuta e escritor Flavio Gikovate afirmava: “Uma boa definição de pessoa humilde consiste na real disposição de ouvir e de aprender sempre, inclusive com aqueles que sabem menos que ela”. Os profissionais mais cobiçados pelo mercado têm essa disposição para aprender sempre e a se reinventar a todo o momento, reavaliando suas qualidades e pontos fracos, e buscando aprimorá-las.
Eu acredito demais nisso: o bom profissional reconhece a importância e investe permanentemente na própria capacitação. Seja com cursos, treinamentos, palestras… seja com boas leituras, ou conversando com as pessoas. Não importa, mas o profissional que é aquela “fera”, como gostamos de chamar, nunca está acomodado, mas vive “antenado”, correndo atrás de maneiras para aprender mais e estar sempre atualizado.
Cultive contatos
“Quem tem um amigo, tem tudo.”
Ditado popular
Profissionais “desejados” têm outro ponto em comum: são conhecidos pelo mercado. Quer dizer, possuem um bom networking. “Networking?” Isso mesmo, esta palavra de origem inglesa deriva da união de outras duas: net (rede) e working (trabalhando). Ou seja, fazer networking é, literalmente, trabalhar sua rede. Profissionais diferenciados sabem o quanto isso é importante, razão pela qual investem na construção e manutenção de relacionamentos profissionais.
Em um mercado de trabalho cada vez mais “disputado”, a indicação de uma pessoa conhecida pode ser decisiva no momento de conquistar aquela nova posição. Assim, manter uma boa rede de contatos é cada vez mais essencial para o sucesso na vida profissional. Estudos comprovam que a maioria das contratações é resultado de um bom networking.
Uma pesquisa da consultoria Lee Hecht Harrison, realizada em 2014, nos Estados Unidos, mostra que 63% dos profissionais conseguem mudar de emprego por causa da indicação de um conhecido. Ou seja, saber se relacionar é um dos talentos que você precisa desenvolver.
Enfim, é necessário estar em eventos da área, estar em contato, fazer benchmarking, trocar informações, estar em contato com empresas de hunting e de searching. Agindo assim, você vai poder ter uma ideia de como está o mercado e saber como você está qualificado.
Ainda como parte do trabalho de networking, atente à atualização de seus dados e currículo nas redes sociais. O Linkedin, por exemplo, é hoje uma rede profissional bastante utilizada pela maioria das empresas. Se não para “buscar” os melhores profissionais, algumas vezes para validar informações. As empresas especializadas em recrutamento e seleção utilizam, quase sempre, não apenas o Linkedin, mas também as demais redes sociais para checar as informações. Quer ser um profissional lembrado pelo mercado? Mantenha seu currículo sempre atualizado nas redes sociais e com informações interessantes.
Seja gente boa
“Três quartos das pessoas com quem você se encontrar amanhã estarão desejosos de simpatia. Demonstre-lhes simpatia e elas o estimarão.”
(Dale Carnegie)
Competitividade acirrada. Lista de tarefas extensa. Metas desafiadoras.
Tenho certeza de que, para o bem da verdade, você poderia facilmente incluir, nas frases aí acima, a expressão “cada vez mais”, sim ou não? Mas não se deixe enganar. Essas situações típicas do atual cenário corporativo não podem levar você a se esquecer de algo fundamental e, ouso dizer, o mais importante: ninguém conquista nada sozinho!
Seu êxito profissional (e em qualquer outra área da sua vida) depende diretamente de sua habilidade em construir boas relações. Profissionais bem-sucedidos, a exemplo de grandes líderes da história da humanidade, não alcançaram suas conquistas atuando isoladamente. Portanto, seja aplicado em manter relacionamentos positivos com as pessoas ao seu redor.
E redor é redor mesmo, viu?! É em volta, é um círculo, ou seja, 360 graus. Não é raro encontrar nas empresas pessoas que se dão suuuuperbem com os chefes e todo o “alto escalão”, mas seus pares (e os subordinados, então?) não suportam o “figura”. Quem, infelizmente, já não conheceu alguém assim?
O profissional exemplar é aquele que é reconhecido pelo superior, pelos pares, pelos subordinados, pelos fornecedores… enfim, por todos com quem se relaciona ou, como se diz hoje em dia, por todos os stakeholders. Ele é aquele “cara” considerado justo, de atitudes sensatas, que sabe reconhecer os outros e com o qual as pessoas tendem a concordar e compreender as decisões tomadas, ainda que não as agradem.
Ser esse profissional gente boa, reconhecido por todos, não é ser “bacaninha” e nunca se comprometer, mas sim, ser aquele que chama a responsabilidade pra si e sabe tomar as decisões necessárias.
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Se você tiver essas características e atitudes, não tenha dúvidas: você será um profissional cobiçado pelo mercado. E algo que eu costumo dizer nas reuniões com o meu time na Apsen: o bom profissional deita a cabeça no travesseiro todas as noites e dorme tranquilo, porque sabe que, se for para o mercado, seja por necessidade ou por opção, vai conseguir uma recolocação.
A vida é uma troca, e o contrato de trabalho uma relação de escolha de ambas as partes, e as pessoas precisam estar felizes e realizadas. A partir do momento em que não estiverem felizes, que não concordarem, que não quiserem mais viver naquela situação… precisam saber que poderão recorrer ao mercado e vão conseguir um outro emprego à altura do atual ou até melhor.
Quero incentivar você a que busque esse nível profissional, para que não precise ficar preso a essa ou àquela situação, por medo do futuro, do desemprego… Acredite na sua capacidade, invista em você e alcance plenamente todo seu potencial. E aí, mais do que desejado e cobiçado pelo mercado, você será um profissional realizado e feliz!
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Busque seu propósito. Deixe seu legado.
Rê Spallicci