A dieta paleolítica promete emagrecimento seguindo o exemplo de nossos ancestrais da idade da pedra. Mas será que a dieta é saudável?
Passados Natal e Réveillon, é hora de vermos o estrago que as festas fizeram na balança. Afinal, não há corpo que aguente tantos quitutes deliciosos. E quer saber? Nesta época do ano temos mais é que nos esbaldar mesmo! Por isso, agora, melhor do que ficar com culpa, é pegar firme na dieta para começar o ano, já cumprindo as nossas promessas para 2016. Mas cuidado com as dietas milagrosas, hein? Aliás, se o assunto é dieta, uma das que anda em alta é a paleolítica, à base de carnes magras e zero carboidrato. Mas será que ela é saudável?
A dieta paleolítica foi criada pelo biólogo e ex-atleta norte-americano Mark Sisson. Ele prega um estilo de vida da Idade da Pedra, que inclui não só mudanças na dieta, como também no dia a dia, insistindo para as pessoas trabalharem em pé, se movimentarem mais e até mesmo andarem descalças por aí. Mas o que realmente fez sucesso foi a alimentação. E a chamada dieta paleolítica está sendo adotada por muitas pessoas com promessas de emagrecimento e também de um estilo de vida mais saudável e considerado naturalista.
A dieta consiste basicamente em se alimentar de todos os tipos de carne (proteínas), incluindo vísceras (fígado, rim, coração, cérebro, glândulas), frango, peixes e frutos do mar ricos em Ômega-3 e também de frutas, vegetais, manteiga e azeite de oliva à vontade.
Também é liberado comer em poucas quantidades: arroz branco, cenoura, batata, banana, tapioca, beterraba e batata doce. Leite de coco, abacate e outros legumes, temperados o mais naturalmente possível.
Essa alimentação primitiva se fundamenta em que nossos ancestrais eram caçadores e coletores, ou seja, se alimentavam somente de carnes, frutas, legumes e verduras, alimentos totalmente naturais.
Logo, fica de fora da dieta todo tipo de alimento industrializado, além de comidas cultivadas por meio da agricultura, como cereais (e, consequentemente, pão e biscoitos), farinha, açúcar e grãos que crescem dentro de vagens, como feijão e soja. Leite e derivados costumam ser evitados, por causa do processo de industrialização pelo qual passam.
Lembre-se de que a dieta é Paleo (termo que significa antigo), ou seja, tudo deve ser o mais natural, mais primitivo possível, focando apenas em gorduras que sejam consideradas boas.
Jejum
A dieta prega ainda o jejum, provavelmente inspirado na dificuldade que os homens do Paleolítico tinham de encontrar comida todos os dias. O indicado na dieta é ficar de 16 até 24 horas sem ingerir nenhum alimento. Fica a dúvida: se nossos ancestrais tivessem a oferta de alimentos que temos hoje, será que eles ficariam sem comer?
Os que defendem esta “nova” forma de alimentação argumentam que o corpo humano foi “programado” há centenas de milhares de anos a ter por base uma dieta praticamente composta por proteínas e gordura animal. Afinal, essa consistia em nossa fonte de energia, no início de nossa era.
Entretanto, embora a dieta paleolítica ofereça benefícios potenciais à saúde, principalmente por eliminar os alimentos processados e industrializados, muitos especialistas criticam o baixíssimo teor de carboidrato de sua versão mais radical.
Em um ranking recente, publicado pelo site U.S. News, a “Paleo” foi considerada uma das piores para a saúde e para emagrecer. A publicação indicou que, além de não haver comprovação científica em torno de benefícios cardiovasculares e da perda de peso, a dieta pode ser muito cara e é possível representar riscos à saúde, ao negar ao organismo os nutrientes presentes nos laticínios e grãos.
A questão do jejum, então, é a mais controversa. Para especialistas, devemos sempre manter índices estáveis de glicose para o corpo ficar bem. O jejum prolongado pode causar hipoglicemia, dificuldade de concentração, perda de massa muscular, entre outros males. E como se sabe, normalmente, nosso corpo tende a consumir os músculos para conseguir energia, o que causa ainda mais problemas para o organismo.
Equilíbrio
De tempos em tempos, novas dietas surgem prometendo secar milagrosos quilos, mas parece evidente que o equilíbrio seja o melhor caminho para um corpo em forma e saudável.
Realmente, nossos ancestrais deveriam ter uma alimentação mais saudável e a ideia de copiá-los pode ser tentadora. Mas qual era expectativa de vida na idade da pedra? Será que realmente eles eram tão mais saudáveis que a gente?
Uma coisa é certa: eles não tinham Natal e Réveillon para se esbaldarem e nem prometiam começar a dieta na segunda feira próxima! Por isso, cada um em seu tempo… quer fazer dieta? Procure um nutricionista e um médico e emagreça com saúde sempre!
Busque seu propósito. Deixe seu legado.
Rê Spallicci