Conheça os preparativos da modelo e fisiculturista Priscila Santtana para brilhar como madrinha à frente da bateria da Unidos do Peruche.
Na noite do próximo dia 25 de fevereiro, quando a Unidos do Peruche entrar no sambódromo do Anhembi, a escola do bairro da Casa Verde trará à frente de sua bateria, provavelmente, a madrinha mais sarada do Carnaval 2017. Isso mesmo, minha amiga Priscila Santtana fará sua estreia à frente da bateria Rolo Compressor, comandada por Cassiano Vinícius, o mestre Call, na noite do sábado de Carnaval.
“Ah, Renata, você acha mesmo que ela leva o título de a mais sarada?” Se eu acho? Com seus 1,74m de altura, 105 cm de bumbum, 93 cm de busto, 67 cm de cintura e pesando 66 quilos, a Priscila já foi eleita, no ano passado, a mulher com o corpo mais escultural do carnaval paulista. E, pra mim, a moça é, em 2017, ainda mais candidatíssima!
A Priscila e eu nos conhecemos na academia, treinando. Mas estreitamos muito nossa relação ao longo do primeiro semestre do ano passado quando, por coincidência, nós duas nos preparávamos para estrear em competições de fisiculturismo. E a mulher arrebentou. Em apenas seis meses, de junho a dezembro passado, a Priscila foi campeã cinco vezes em torneios da IFBB: Campeã Estreantes Wellness, Campeã Paulista Wellness, Campeã Exponutrition Wellness, Campeã Sul Brasileiro Wellness e Campeã MRS Santos Wellness.
Mas essa “coleção” de títulos não fala tudo da Priscila. Além de uma mulher lindíssima, dona de um corpo escultural, ela é uma simpatia, muito fofa, uma dessas pessoas do bem. Tanto assim que, no ano passado, quando fiz o convite, ela não hesitou um segundo em se tornar uma das embaixadoras do Fit do Bem e nos ajudar com a divulgação do movimento.
Agora, com o Carnaval chegando – e eu sabendo que ela vai mais uma vez brilhar na avenida! — fiz questão de dar este presente a vocês, meus leitores, convidando a madrinha da Peruche para nos conceder uma entrevista exclusiva, contando detalhes de sua história, de sua relação com o mundo fitness e de como ela faz para estar sempre lindíssima, manter o corpão e ainda cair no samba.
Ela não anda, ela desfila…
Priscila nasceu pra brilhar na passarela. É verdade, apenas com oito anos de idade, a menina nascida na cidade de Monte Alto, no interior de São Paulo, já “ganhava” seu primeiro concurso, desfilando. “Aí não teve jeito, eu me apaixonei pela passarela, fiz cursos e passei a participar de todos os concursos que aconteciam na região, do tipo minirrainha, princesa… essas coisas de criança”, lembra.
Mas engana-se quem pensa que as coisas sempre foram fáceis para Priscila. Ainda criança e na adolescência, por ser muito magra, a jovenzinha colecionava apelidos e era sempre motivo da “zoeira” e das brincadeiras de mau gosto dos colegas. “Ser muito magra foi sempre um problema e, de verdade, eu chorava e tinha um complexo muito grande”, revela a hoje modelo.
Aos 18 anos, a jovem entrou para a academia e começou a treinar musculação. Mas, “treinar mesmo, pra valer” , Priscila só começou em 2004, quando entrou na faculdade de Educação Física, em Catanduva. “Pra falar a verdade, eu achava que treinava pesado, pra valer, mas hoje, vejo que não era tudo isso”, conta
Mais músculos
Entre a magricela da adolescência e a campeã dos torneios da IFBB há muitos quilos de massa magra. Priscila lembra que essa transformação não foi fácil, porque, segundo a modelo, não existia uma informação tão boa e tão completa, sobretudo no interior, como existe hoje. Assim, sua maior dificuldade para ganhar massa magra foi justamente o desconhecimento. “Naquela época, eu achava que era só uma questão de treinar. Mas a verdade é que a alimentação, juntamente com a suplementação, é o mais importante. Só consegui deixar meu corpo da forma que eu sempre quis, depois que aprendi a ter uma alimentação e uma suplementação adequadas”, declara.
Priscila conta que, desde os 18 anos, quando começou a treinar, a musculação sempre foi sua paixão. “Depois de me formar em Educação Física, eu sempre treinei sozinha, sempre criei eu mesma os meus treinos e, aos poucos, os resultados começaram a aparecer”, destaca a fisiculturista, lembrando que, em 2008, já apresentava um corpo bem trabalhado. “Nessa época, eu já estava com um corpo mais legal e participava de diversos concursos, e tenho na minha casa, umas 30 faixas desses torneios”, diz a gata do Paulistão 2008 (isso mesmo, mais um título da coleção). Ainda hoje, mesmo com tantas novas modalidades e exercícios, garante: “o que eu gosto mesmo é da musculação”.
Mundo fitness
Aliás, foi a paixão pela musculação e pelo mundo fitness que levaram Priscila a cursar Educação Física. “Fiz a faculdade por gostar desse universo, mas não exatamente como uma escolha de carreira profissional, tanto assim que hoje já não atuo como personal”, explica.
Porém, da paixão pelo mundo fitness, vieram outros prêmios, como o Top Shape São Paulo e o Miss Brasil Fitness. Mas Priscila queria mesmo era participar de uma competição mais técnica. Contudo, os elogios das pessoas ao seu corpo, à simetria de suas formas e os prognósticos de sucesso nas competições não eram suficientes para fazer a jovem acreditar no seu potencial. Assim, ela ia aos campeonatos, assistia, namorava aqueles ambientes, mas seguia adiando e adiando seu sonho…
Essa história só mudou quando conheceu seu atual noivo, Gustavo Lorenzette. Gustavo, que já era atleta de fisiculturismo, mostrou-lhe os caminhos e as orientações sobre como competir. Com a ajuda do noivo, tudo ficou bem mais fácil, e Priscila decidiu não mais adiar seu sonho e encarar o desafio de uma competição técnica. “Em junho do ano passado, participei como estreante de meu primeiro campeonato. A Renata Spallicci e eu estávamos nesse mesmo momento. Cheguei a pensar em ir também para o WBFF, mas percebi que meu shape era diferente do que o WBFF exigia, por isso resolvi ficar por aqui e participar do IFBB. Hoje, eu vejo que foi a escolha certa pra mim”, conta a atleta que, logo em sua primeira disputa, faturou o título na categoria Estreantes Wellness, da IFBB. Na sequência, vieram vários outros.
Na passarela do samba
A história com a avenida começou há seis anos, mas o amor pelo Carnaval sempre existiu. Depois de desfilar pela Mancha Verde, pela Acadêmicos do Tatuapé e sair como imperatriz de bateria da Leandro de Itaquera, Priscila Santtana foi surpreendida, no segundo semestre do ano passado, pelo convite do presidente Ney de Moraes, para ser madrinha de bateria da Unidos do Peruche. “Fiquei muito feliz com o convite. Não é sempre que você recebe um convite como este, ainda mais em uma escola e um cargo tão importantes”, comemora.
Convite aceito, desde outubro, Priscila vive a realidade da Peruche, frequentando a escola, indo à quadra, participando dos ensaios e vivendo intensamente os preparativos para realizar um grande Carnaval. “Estou extremamente feliz e lisonjeada de poder representar a escola”, afirma.
Aliás, além da emoção de sair à frente da bateria Rolo Compressor, Priscila deve viver, em breve, mais um grande momento. A fisiculturista participará do campeonato Arnold Classic South America 2017, que acontece em abril, no Transamérica Expocenter, em São Paulo.
Dois eventos, uma dieta
A proximidade dos dois eventos exigiu de Priscila uma estratégia de preparação diferenciada. Visando à participação no Arnold, ela já iniciou uma dieta de três meses, mas não tão restritiva. “Normalmente, para o campeonato, a gente aperta mais no último mês, que fica bem restrito. Mas estou fazendo a mesma dieta. Apenas para o Carnaval, estou agora, nestes últimos quinze dias, dando uma apertadinha na dieta, para dar uma secadinha para o desfile”, conta a madrinha. Porém ela destaca que vai ser “uma secadinha muito de leve”, porque restringir demais a dieta neste momento poderia interferir no preparo para a competição em abril. “Se eu apertar a dieta e secar demais agora,vou prejudicar meu shape para o campeonato”, explica a atleta, não sem deixar passar uma ponta de frustração, por não poder entrar no sambódromo tão seca e definida como gostaria. E ela garante: “Mesmo assim, não vou fazer feio na avenida!”. Nós temos certeza disso, Pri, haha!
A madrinha de bateria-fisiculturista explica que, no caso do Arnold Classic, o corpo desejável até que poderia se aproximar da forma que ela pretende buscar para o Carnaval. Segundo ela, por ser um campeonato internacional, com uma pegada de show, o Arnold busca um perfil de mulheres um pouco maiores, com mais massa magra e músculos mais evidentes, diferentemente das provas da IFBB que valorizam um corpo slim, que não é pequeno, mas também não é exageradamente grande. “Gosto desse shape para o Arnold, com mulheres um pouco mais fortes. E eu adoraria entrar da mesma forma na avenida, mas, como disse, não posso secar tanto agora, pois posso comprometer meu desempenho em abril”, reforça.
Glúteos, sempre glúteos
Priscila conta que sua programação de treinos para a avenida também é a mesma dos campeonatos. A ideia é trabalhar muito os glúteos – sempre os glúteos! – e as pernas em geral (quadríceps).
Uma recente lesão, sofrida na academia, afetou a rotina da atleta. “Por conta dessa lesão, não estou conseguindo fazer treinos muito fortes de quadríceps”, esclarece a atleta, lembrando que uma antiga e grave lesão no joelho (condromalácia), em um grau bastante avançado, exige cuidados ainda maiores: “estou treinando quadríceps de modo bem leve”.
No entanto, lesões e dificuldades no treino não são o único desafio da madrinha da Peruche. As horas de ensaio, dançando em cima de sandálias de salto alto, causam impacto nos joelhos, prejudicam a recuperação e atrapalham a evolução nos treinos. “Estou fazendo os exercícios com o máximo de intensidade que posso, até o meu limite, e priorizando sempre a parte inferior, pernas e glúteos”, admite. Os melhores exercícios, segundo Priscila, são os articulares, stiff, agachamento, afundo… “São os mais tradicionais e, em minha opinião, os que trazem mais resultados”, diz.
Para amenizar o problema com as lesões no joelho, além de pegar um pouco mais leve no treino, Priscila tratou de “descer do salto”, ou melhor, descer o salto. “É verdade, fui aos ensaios técnicos com sandálias muito altas, mas estavam me prejudicando muito. Então mandei fazer duas sandálias, com saltos de oito centímetros e plataformas mais baixas, e acredito que assim vai ser mais tranquilo passar pela avenida”, revela.
Por falar em avenida, a sambista fitness explica que o desfile exige demais, com muito esforço, sacrifício e transpiração. “Mas a energia que a gente recebe das pessoas é tão boa, tão positiva que você esquece a dor, o cansaço ou qualquer outra coisa!”
Linda na avenida
Mas nem só de pernas e glúteos durinhos vive uma madrinha de bateria. Para estar toda linda e cheia de saúde na passarela do samba, Priscila Santtana faz alguns procedimentos de estética e saúde, como limpeza de pele, peelling, drenagem linfática (para dar uma secada), sauna e sessões de osteopatia, com a liberação miofascial. “Tenho a perna totalmente inflamada por conta de tantos treinos intensos, e não abro mão das sessões semanais de osteopatia, que me ajudam demais para evitar as dores”, conta.
A modelo-atleta lembra que as constantes preparações para os campeonatos “detonam” com a pele e os cabelos. Por isso, é importante estar sempre cuidando de ambos. “Quem cuida da minha pele é minha amiga Lilian. Gosto de fazer o microagulhamento, que fecha os poros, tira as manchas”, diz Priscila, que gosta de se submeter à técnica uns dez dias antes dos eventos. “Pra mim é uma técnica essencial que deixa minha pele bem bonita para o dia do show!”.
Para os cabelos, nenhum segredo, apenas bastante hidratação. Como no Carnaval o cabelo não aparece tanto, uma vez que são usados apliques e adereços na cabeça, a bela está aproveitando para deixar as madeixas descansarem. “Daqui a algumas semanas, pretendo fazer umas luzes pra deixá-lo bem bonito para o Arnold”, adianta.
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Tenho certeza de que vocês adoraram esta “exclusiva” com nossa musa do Carnaval, não é verdade? Ela é ou não é uma graça? Pra mim e pra muita gente, uma “inspiração”!
Com tudo em cima, um corpão de tirar o fôlego das arquibancadas do sambódromo, um rosto lindo, pele e cabelos maravilhosos, não tenho dúvidas de que a Pri Santtana vai começar 2017 toda poderosa, não só com o pé direito, mas com os dois pés “sambando” – com seu salto 8 — na cara da concorrência, haha! E já começamos a torcida para vê-la brilhar, em abril, representando o Brasil no Arnold Classic.
Busque seu propósito. Deixe seu legado.
Rê Spallicci