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Dietas

Comida: Encontro e Memórias

Não seja refém da comida.

 20 de dezembro de 2017
6 min de leitura

Comida, encontro e memorias!

Deixe-me fazer uma pergunta: qual a principal memória de infância de vocês com a família? Tenho certeza de que muitos pensaram em almoços ou jantares com a mesa repleta de guloseimas, né? Nesta época do ano de festas e encontros familiares, então, tenho convicção de que a comida sempre foi uma das estrelas, estou certa?

Minha lembrança da infância

Renata Spallicci explica sobre a fome emocional

Eu, como boa descendente de italiana, lembro da mesa cheia de massas, pães, doces, e tudo mais… e sempre em quantidades colossais!

Aliás, agora me veio uma recordação engraçada. Lembro de estar em uma cantina que a gente frequentava sempre com a minha família, e a mesa ficava lotada de primos, tios, tias… Minha avó se chamava Irene e, lá pelas tantas, meus tios animados começavam a cantar uma música italiana que fala da Casa da Irene…

“A casa d’irene si canta si ride
C’e gente che viene, c’e gente che va
A casa d’irene bottiglie di vino
A casa d’irene stasera si va.”

Nooosssaa… Eu, adolescente, queria me esconder debaixo da mesa de vergonha!!! Hahaha

Mas estou escrevendo sobre isso para abordar o quanto a comida é muito mais do que simplesmente alimentação em nossa sociedade! Comida é encontro, é memória, é carinho…

E é por isso também que é tão difícil a gente entender quando se precisa fazer uma dieta mais controlada.

Porque, em nossa mente, não estamos tirando somente uma necessidade fisiológica, mas suprimindo doses de afeto, de lembranças, de alegria mesmo!

Quando falamos em emagrecer, talvez a primeira coisa que nos venha à cabeça seja justamente “comida”!

E é mesmo verdade, “emagrecer” está diretamente ligado à maneira como nos relacionamos com os alimentos.

Boa parte das vezes, a maneira como nos relacionamos com a comida baseia-se muito mais em nossas necessidades emocionais do que físicas.

Ou seja, buscamos na comida uma “nutrição emocional” em vez da “alimentação física”.

Portanto, sempre que fazemos a escolha por determinado alimento, precisamos entender se nossa escolha busca apenas alimentar nosso físico ou se aquela escolha visa também nutrir uma “fome” emocional.

Pois, muitas vezes, a comida pode ser “reconfortante”, pode ser até mesmo um “consolo” e, assim, nossa escolha pode estar procurando suprir a carência de um abraço, de um ombro amigo, de um elogio…

Desde que nascemos, vamos internalizando experiências nas quais a comida fez o papel de nutrir o corpo físico e/ou o corpo emocional. Por exemplo, quando você era um bebê e chorava, o que você ganhava? Leite, não é mesmo?

Às vezes, você estava chorando porque estava molhado de xixi, porque estava desconfortável com algo ou se sentindo sozinho, mas a sua mãe chegava lá com uma mamadeira quentinha, e aquilo o acalmava! Logo, a sua mente de bebê foi aprendendo que qualquer que fosse a sua tristeza, alguém ia lhe dar comida, e você ia se sentir melhor.

Crescemos um pouquinho, e a mamãe nos promete: “Se ficar bonzinho você ganha um sorvete!” Ou seja, a comida passa a ser uma forma de premiação também…

Não importa exatamente qual o seu caso, cada um de nós tem o seu próprio “mapa de experiências alimentares”.

Não é por acaso que, já adulto, sempre que você se sente estressado, triste, ansioso, frustrado ou cansado (ou qualquer outra emoção), você sinta uma fome repentina.

E vamos combinar que nesse momento, a fome nunca é de alface ou de brócolis, né? É de chocolate, de um bolo bem recheado, de uma coxinha bem gordurenta…

Você sabe lá no fundo que não é uma fome genuína, fome física, mas, ainda sim, é “fome”.  E quando a gente tem fome, a gente come.

Se conseguirmos entender isso e diferenciar os momentos de fome física e fome emocional, sem dúvida, teremos melhores condições de fazer escolhas certas e, principalmente, de nos alimentar só quando o nosso corpo precisa realmente!

Claro que a comida terá sempre o papel de proporcionar esses momentos agradáveis em família ou com os amigos, mas ela não precisa ser sempre o centro das atenções. Troque um chocolate por um abraço, por uma palavra amiga, e você verá que o efeito, não raro, será muito melhor! E, detalhe, sem pesar na balanças e na consciência!!

Logo, o que estou propondo é que mude sua relação com a comida, que faça escolhas conscientes,  que, certamente,  vão deixá-lo  mais leve em todos os sentidos.

Estou sugerindo que coloque fim nessa batalha contra a comida. Ela não vai mais ser sua inimiga, mas sua aliada na busca pela felicidade completa.

As festas de final de ano estão aí, e os momentos ao redor da mesa com a família podem e devem ser os mais especiais possíveis… mas que sejam mais pelas palavras de afeto do que pela sobremesa hipercalórica. Claro que vamos todos comer, nos divertir e curtir as festividades, mas lembrando sempre que mais importante do que aquilo que estamos comendo é o prazer de estar com aqueles que amamos!

Coma, sim, mas somente para satisfazer sua fome física! Nutra  sua fome emocional com muito amor, carinho e afeto por aqueles que o rodeiam!

Agindo assim, você nunca mais comerá com sentimento de acusação, de medo e de culpa…

Alimente-se sabendo que, ao fazê-lo, está nutrindo seu corpo e sua alma. E ambos merecem sempre alimentos e atitudes saudáveis.

Ah! E fique atento que, depois de amanhã, eu vou trazer algumas dicas infalíveis para você não detonar com a dieta nas festas de final de ano, combinado?

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