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Autoconhecimento

Neste Dia das Crianças, resgate a sua criança interior!

Aproveite o 12 de outubro para fazer uma viagem ao seu interior e resgatar a infância perdida. E conheça mais sobre si mesmo.

 11 de outubro de 2017
12 min de leitura

Dia das crianças

Hoje, 12 de outubro, comemoramos o Dia das Crianças. No Brasil, a data foi criada oficialmente por um deputado, na década de 1920, mas foi nos anos 1960 que começou a se tornar mais popular, graças a uma promoção da Brinquedos Estrela e de Johnson&Johnson.

Ou seja, como boa parte das datas comemorativas, ela foi incentivada pelo comércio, mas isso não quer dizer que ela não possa ser um importante momento para valorizarmos nossas crianças e cercá-las de carinho e amor.

Porém, além de pensarmos nas crianças que estão ao nosso redor, que tal aproveitarmos a data para olharmos também para a nossa criança interior? Essa atitude é essencial para que possamos compreender quem realmente somos, entender problemas emocionais que carregamos na vida adulta e a fim de que tenhamos uma vida mais plena e feliz.

 

A minha experiência com minha criança interior

Dia das crianças

Foi no Processo Hoffman da Quadrinidade que tive o contato mais profundo com minha criança interior e, a partir disso, é que pude conhecer muito mais sobre quem sou.

Já falei bastante do Hoffman no artigo Um mergulho em um passado recente que transformou meu presente e futuro e também na entrevista com Heloísa Capelas, a maior conhecedora do processo no Brasil. Mas,  em linhas gerais, o Hoffman nos proporciona uma viagem ao nosso  âmago, e nos permite resgatar nossa criança interior, conhecer todas as cargas que carregamos de nossos antepassados, e que nos fizeram chegar até aqui.

Desde os traumas que vivemos, até as crenças limitantes que criamos na infância, tudo é revisitado, e saímos do processo realmente renascidos e muito mais conectados à nossa criança interior. E isso é realmente fundamental em um processo mais amplo de autoconhecimento.

 

A formação de quem somos

Chamamos de criança interior a imagem que temos de nós mesmos quanto a sentimentos, valorização, reconhecimento de habilidades e capacidades e, portanto, a satisfação pessoal de ser quem somos.

Nossas crianças interiores surgiram na infância e continuam reaparecendo em situações de sofrimento, dor, ou problemas geralmente causados por conflitos ou bloqueios emocionais não resolvidos na infância.

É na etapa da infância que se cria nosso próprio autoconhecimento, ou seja, a imagem que temos de nós mesmos, e isso ocorre com base no que nossos progenitores projetam sobre nós, e nas vivências e circunstâncias que estamos vivenciando.

Quando a infância não foi uma etapa feliz e repleta de traumas, crescemos insatisfeitos emocionalmente e sem vivermos intensamente essa etapa que deveríamos ter vivido. A criança se torna adulta, mas sem resolver os conflitos infantis (já que são subconscientes), sente uma insatisfação pessoal que se arrastará da infância até a maturidade.

Por outro lado, ao chegarmos à idade adulta, se a etapa anterior tiver sido satisfatória e não existir outro transtorno, a criança que fomos segue presente e aparece nos momentos divertidos, cheios de fantasias da infância, desfrutando dos pequenos momentos.

Poderíamos dizer que, apesar dos problemas da idade madura, a vida pode seguir sendo divertida, surpreendente, apaixonante e, em resumo, feliz. Não é porque somos adultos que temos de renegar a diversão e a fantasia.

 

Os traumas infantis

Em primeiro lugar, é importante entender que existem diferentes tipos de trauma infantil. Estes incluem a variedade física (incluindo sexual), emocional e mental.

E esses traumas podem resultar em problemas como depressão, ansiedade, baixa autoestima, fobias, padrões comportamentais destrutivos e até doenças crônicas.

Meu convite para resgatar a sua criança interior é a possibilidade de entrar em contato com esses traumas, compreender, abraçar e curar o seu primeiro eu original que entrou neste mundo e que contém a sua capacidade de experimentar maravilhas, alegrias, inocências, sensibilidade e brincadeiras.

Infelizmente, vivemos em uma sociedade que nos obriga a reprimir nossa criança interior e a crescer. Mas a verdade é que, enquanto a maioria dos adultos cresce fisicamente, eles nunca alcançam a idade adulta emocional ou psicológica. Em outras palavras, a maioria dos adultos não são realmente adultos. Tal situação deixa a maioria das pessoas em um estado de medo pueril, angústia e traumas que desaparecem na mente inconsciente por décadas.

Quando negamos e apagamos a voz da criança que temos dentro de nós, acumulamos uma pesada bagagem psicológica. Esta bagagem inexplorada e não resolvida nos causa problemas como doenças mentais, físicas e disfunção do relacionamento.

Na verdade, pode-se dizer que a falta de relação consciente com a nossa própria criança interior é uma das principais causas das graves questões que vemos na sociedade de hoje. De maneira brutal, somos separados de nossa inocência original e passamos a tratar o ambiente e aqueles que estão ao nosso redor do modo cruel com o qual conversamos com nós mesmos.

Provavelmente, você ficará surpreso com o que poderá descobrir ao resgatar sua criança interior. Em vez de simplesmente olhar para um sintoma de sua dor, você irá direto ao núcleo e revelará quando um medo, fobia ou determinado padrão de vida começaram e como você poderá se libertar dele.

 

Maneiras simples de trabalhar com sua criança interior

Dia das crianças

Aprender a trabalhar com sua criança interna não é tornar-se infantil de novo, é reconectar-se com o lado infantil.

E, quando falo em lado infantil, não me refiro a um lado imaturo ou ingênuo, mas com um estado de pureza e inocência.

Todos nós temos a capacidade de experimentar nossa inocência original, o período de nossas vidas, quando vimos o mundo com clareza e maravilha.

Para remover a culpa, a vergonha, o medo, o ódio, a aversão e a raiva que carregamos conosco, devemos curar a criança que está dentro de nós. De que modo? Ganhando a confiança de nossa criança interior, por meio  do amor e da autoconfiança.

Aqui estão quatro maneiras mais poderosas de nos reconectarmos com nossa criança interior:

 

  1. Fale com a sua criança interior

 

Reconheça sua criança interior e deixe-a saber que você está lá para isso. Trate-a com bondade e respeito.

Algumas coisas autoestimulantes que você poderia dizer à sua criança interna incluem, por exemplo:

 

Eu te amo.

Eu te escuto.

Eu sinto muito.

Obrigado.

Eu perdoo você.

 

  1. Olhe as suas fotos de criança

Reveja as suas fotos de criança. Lembre-se como se sentia no momento daquela imagem. A visão que tinha sobre o mundo. Seus medos, crenças e sonhos.

 

  1. Lembre-se do que gostava de fazer quando criança

Sente-se e pense no que gostava de fazer quando era criança. Talvez você gostasse de subir em árvores, brincar com blocos de brinquedo, abraçar ursos de pelúcia ou comer mingau morno. Inclua uma atividade que você gostava de fazer quando criança na sua vida atual.

Por meio desse trabalho, muitas pessoas me disseram que elas se conectaram com lados de si mesmas que nunca imaginaram que existiriam na fase adulta. Esta descoberta é realmente uma mudança de vida. É importante que você faça um hábito deste “tempo de brincar” e explore qualquer constrangimento ou insensatez que sinta em relação a ele. É completamente normal se sentir um pouco tolo no início, mas é essencial manter a mente aberta.

 

  1. Faça uma viagem interna

Uma das maneiras mais poderosas de se reconectar com sua criança interior, a fim de curar traumas da infância, é fazer uma jornada interior.

Para iniciantes, recomendo dois tipos de viagens internas: as realizadas por meio da meditação e as realizadas através da visualização.

Para fazer essas viagens internas, é necessário que você primeiro ganhe a confiança da sua criança interior, mediante atividades anteriores. Uma vez que desenvolva uma conexão forte com ela, você pode pedir que lhe revele as circunstâncias anteriores que criaram o trauma com o qual você está lutando com hoje.

 

Como fazer uma viagem de meditação

Conectar-se a sua criança interior, por meio da meditação, é um processo passivo: simplesmente respire profundamente, relaxe, permita-se testemunhar seus pensamentos e fazer perguntas. “Quando foi a primeira vez que experimentei trauma na minha vida?”

Permita-se testemunhar os pensamentos que surgirem em sua mente. Lembre-se de ser paciente, amoroso e respeitoso. Se sua criança interna não quiser revelar a resposta, aceite.  É importante que seu filho interno se sinta seguro, confiante e pronto.

 

Como fazer uma viagem de visualização

Uma maneira mais ativa de se conectar com sua criança interior e seus traumas é por meio da visualização.

Para isso, você deve criar um “lugar de energia” ou um lugar seguro. Visualize um lindo jardim, ou qualquer tipo de lugar em que você se sinta seguro e inteiro. Depois de entrar nesse local, você pode convidar seu filho interno para falar com você.

 

Aqui estão alguns passos:

 

  • Relaxe, feche seus olhos e respire profundamente.
  • Imagine que você está caminhando por uma escada.
  • Na parte inferior da escada é o seu lugar seguro. Neste lugar, você se sente forte e apoiado.
  • Passe um pouco de tempo no seu lugar seguro. Depois de se familiarizar com esse local, imagine que seu eu mais novo tenha entrado.
  • Abrace-o e faça com que ele se sinta acolhido.
  • Quando estiver pronto, pergunte a ele: “Quando foi a primeira vez que você / eu se sentiu triste ou assustado?” Espere a sua resposta. Certifique-se de abraçá-lo, agradeça e diga-lhe o quanto ele significa para você. Deixe o local seguro e suba as escadas. Volte para a consciência normal.

Dia das crianças

Recuperar nossa criança interior significa criar uma imagem mais satisfatória de nós mesmos, valorizando-nos e  amando-nos, reconhecendo nossas habilidades e capacidades e, além disso, projetando desejos e sonhos. Portanto, restabelecendo a satisfação pessoal e sentindo felicidade.

Que este dia 12 de outubro seja um marco para você nesse objetivo de recuperar a sua criança interior, brincando, mantendo a fantasia nos pequenos detalhes e fazendo aquilo que gostava de fazer quando era criança, adaptando à vida adulta.

Ria, aceite e perdoe as pessoas que em sua infância lhes causaram dor e lembre-se de que, bem ou mal, essas experiências o levaram a ser quem você é hoje. Olhe para si mesmo, cuidando-se, amando-se e valorizando-se.

Deite na grama, brinque de bolhas de sabão, ande de bicicleta, pise em uma poça de lama! Liberte-se um pouco das obrigações e padrões da vida adulta e permita-se se conectar com você mesmo, sua pureza e capacidade de sonhar e imaginar!

E não se esqueça de que, de todas as pessoas que você conhece na vida, você é a única a quem nunca vai abandonar e a única que nunca vai perder. E reflita no que escreveu Jean Paul Sartre:

“Não importa o que nos fizeram, o que importa é aquilo que fazemos com o que fizeram de nós.”

 

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Rê Spallicci