Buscar seu propósito de vida é uma das mais ricas experiências humanas, mas o processo é complexo, exige esforço e maturidade.
Muito se tem falado sobre a necessidade de que todos busquemos nosso verdadeiro propósito de vida e o quanto isso é essencial para que tenhamos uma existência plena. Afinal, é nosso propósito que irá nos conectar ao que de mais profundo existe em nosso ser e que trará um sentido mais amplo e verdadeiro para nossas vidas. O que muitas vezes nos confunde é imaginar que descobrir o propósito de vida é a chave para uma existência só de alegrias e felicidade.
“Encontrar o nosso propósito de vida é um processo maravilhoso e que nos traz uma outra dimensão de nossas vidas e que nos possibilita muito mais perguntas do que respostas. Mas como tudo o que de há melhor na vida, muitas vezes, procurar cumprir o seu propósito é algo que pode ser também um pouco doloroso e complicado”, atesta Rafaela Gagnebin Müller, coaching em propósito de vida e saúde física e emocional.
A busca por um propósito de vida é um processo que pode levar bastante tempo e necessita que o indivíduo esteja ligado ao seu eu mais profundo e interior. Afinal, essa trajetória vai conectá-lo com o que algumas áreas do conhecimento chamam de “dom único”. “Cada pessoa tem uma energia única, um dom só dela, e é esse dom, essa energia, que vai direcionar seu propósito de vida. Por isso, chegar a ele é uma trajetória de autoconhecimento que a pessoa deve fazer por si mesma, por mais que tenha uma ajuda externa de um coaching ou terapeuta,” exemplifica Rafaela.
Outra confusão que costuma acompanhar quem está à procura por seu propósito é confundi-lo com a sua profissão, porque, normalmente, o primeiro sentimento que a pessoa observa de não conexão com seu propósito vem exatamente da insatisfação no trabalho. Mas profissão e propósito são coisas distintas.
Segundo Rafaela, a profissão pode ser uma das estratégias para que a pessoa alcance seu propósito de vida, mas não a única. “Às vezes, ao cultivar um hobby, a pessoa consegue se conectar com seu propósito e aquilo a satisfaz plenamente. Não somos nossa profissão, somos muito mais complexos que isso”, ela afirma.
Mas se a profissão não é tudo, inegável dizer que ela é parte importante nessa busca. Assim, não é raro observar, em processos pela busca do propósito, o indivíduo, infeliz na profissão, descobrir que aquela área na qual atua pode ser, sim, uma estratégia para alcançar o propósito, mas algo parece não estar caminhando bem. “Pode estar acontecendo algo relacionado ao local onde a pessoa exerce sua profissão ou até à forma como a conduz. Isso acontece, geralmente, quando a pessoa tem os seus valores não respeitados em um emprego ou uma atividade. Por mais que aquela estratégia esteja certa, o não respeito aos seus valores deixa-lhe o sentimento de que não está conectada ao que procura”, pondera a especialista.
Aquilo que o arrepia!
Mesmo com todos os processos que dispomos para nos ajudar na busca por esse sentido maior, a procura pelo propósito é antes de mais nada um trabalho individual, baseado no autoconhecimento e na procura interna de cada um de nós.
Mas se a busca do propósito é uma trajetória que temos de percorrer sozinhos, que tipo de perguntas podemos nos fazer para nos ajudar na busca desta resposta? O professor Clóvis de Barros Filho, especialista em Ética, em seu livro “A vida que vale a pena ser vivida”, define que sabemos quando achamos nosso propósito, ao descobrirmos momentos que não queremos que acabem. Rafaela também acredita que mais do que uma resposta racional, a descoberta de nosso propósito se dá por sentimentos. “O que o arrepia, emociona, faz chorar de alegria, o move, lhe dá tesão pela vida. Aí está o seu propósito”, enfatiza.
Nesse processo de busca, além de responder à questão primordial que seria “qual seu verdadeiro propósito”, a coach acredita que outras perguntas também mereçam ser investigadas e respondidas. “Pensando que o propósito é o porquê, precisamos responder também às seguintes perguntas: para que você quer cumprir este propósito? E, quando falamos no ‘para quê’, temos que pensar tanto no seu objetivo interno como externo, uma vez que somos seres conectados ao mundo e, só então, vamos responder ‘o como’, que estará ligado aos nossos valores e às estratégias que utilizaremos para esse fim”, complementa.
Mas uma coisa é certa: por mais que esta busca seja complexa, difícil e, não raro, dolorida, a pergunta “sobre qual é o seu propósito” é a mais importante que fazemos em nossa jornada humana. É um processo que requer maturidade emocional, uma alta dose de autoconhecimento e muita disposição para se despir de ideia preconcebidas, mas que certamente nos leva a um novo patamar em nossas existências. Usando novamente as palavras do Professor Clóvis, ao nos perguntarmos qual o nosso propósito, “encaremos esta pergunta que nunca nos abandonará, e que é a única pergunta à qual interessa responder”.
Rafaela Gagnebin Müller é formada em comunicação ,ioga e coaching e trabalha como coach, ioga para gestante, iogaterapia e como facilitadora de grupos. Em seu trabalho de coach para propósito de vida, une técnicas e prática da ioga, auxiliando seus clientes na busca de um equilíbrio físico-mental
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Busque seu propósito. Deixe seu legado.
Rê Spallicci