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Autoconhecimento

Você está se fazendo as perguntas certas?

Saiba como fazer as questões certas para eliminar as promessas de ano novo e transformá-las em verdadeiros planos de ação para uma vida mais plena.

 2 de janeiro de 2019
10 min de leitura

O método QuestionBurst

Oba! Ano começando! Novo ano, novo ciclo e novos desafios. Eu adoro esta época para planejar meu ano em todos os aspectos da vida, desde minha carreira como executiva até a de atleta profissional! Mas, veja bem, usei a palavra planejar e não prometer! Isso mesmo, porque a gente sabe que começo de ano a gente costuma fazer um monte de promessa para nós mesmos que, normalmente, já desistimos no Carnaval!

Mas eu, desde que deixei as promessas de lado e passei a trabalhar com planejamento, mudei verdadeiramente a minha vida. Isso é que quero sugerir para você neste dia primeiro de 2019!

O método QuestionBurst

O método QuestionBurst

Para ajudá-lo neste desafio, quero falar sobre um método megainteressante que utilizo –  o chamado “Question Burst”- , que vai lhe proporcionar fazer as perguntas certas para si mesmo e  lhe trará maior clareza em busca das respostas.

O método Question Burst foi criado por Hal Gregersen, diretor executivo do MIT Leadership Center, autor do livro, “Questions are the Answer: A Breakthrough Approach to Your Most Vexing Problems at Work and in Life”,algo como“Perguntas são a resposta: uma abordagem inovadora para seus problemas mais inquietantes no Trabalho e na Vida.”

Gregersen conta que, há cerca de 20 anos, estava liderando uma sessão de brainstorming em seu trabalho e faltando alguns minutos para o fim da reunião, sentiu que todos estavam desanimados e que não haviam chegado a nenhum ponto relevante.  

“Olhando para o relógio, resolvi pelo menos nos dar um ponto de partida para a próxima sessão. E aí, eu improvisei: “vamos nos esquecer de encontrar melhores respostas. Vamos apenas escrever perguntas melhores que poderíamos estar levantando sobre esse problema. Vamos ver quantas podemos gerar”. Eles, obedientemente, começaram a propor dezenas de perguntas. Para meu espanto, a sala rapidamente se reenergizou. Em vez de se arrastarem no final, as pessoas saíram animadas. E com uma boa razão: entre as questões rabiscadas estavam algumas que catalisaram profundamente as suposições e abriram potenciais novas soluções”, relembra.

E foi deste brainstorming para perguntas, não respostas, que Gregersen criou o  “Question Burst”.

Por que só nos concentramos nas respostas  

Um dos pontos altos da metodologia proposta por Gregersen é tentarmos nos libertar de crenças limitantes que normalmente nos guiam ao buscarmos respostas. Quando invertemos o polo em nosso cérebro e passamos a buscar perguntas e não respostas sobre um determinado problema, acabamos abrindo novas perspectivas a respeito de assuntos que muitas vezes nos deixam limitados.

Quer um exemplo? Ao invés de buscar uma solução para perder peso, por que não começa a se perguntar mais sobre o tema. Por que você quer perder peso? Quais os hábitos que acredita que precisam ser mudados? O que o faz ter dificuldade de controlar a alimentação? E assim por diante…

O autor da teoria contou em um recente artigo sobre uma experiência muito bacana que ele teve com o Question Burst… E eu acho legal compartilhar com vocês.

Em uma sessão de coaching com o CEO de uma organização global, Gregersen conversava com o executivo sobre problemas típicos relacionados ao trabalho, mas, em determinado momento, a discussão mudou para questões pessoais. “O CEO expressou preocupações sobre sua filha mais velha que acabara de completar treze anos. Por todos esses anos, ele havia valorizado seu relacionamento próximo com a filha, mas quando a transição da adolescência se tornou real, ele  sentiu que ela estava se afastando. Decidimos, então, fazer perguntas sobre suas preocupações:

Eu a ouço o suficiente?

Eu a pressiono muito?

Qual é a melhor dela?

Eu reconheço isso o suficiente?

No que ela é melhor que você?

O que seus olhos dizem quando ela expressa preocupação?

Como você pode diminuir o ritmo para ver o que está perdendo?

Quais são suas maiores preocupações?

Quão bem você sabe quem ela é?

Quem ela seria, se o sobrenome dela não fosse o seu?

Quando seus olhos brilham?

Quais são suas maiores áreas de independência de mim?

O que ela aprendeu ultimamente de sua própria experiência?

Sua revisão das perguntas, logo depois, se transformou em uma conversa profunda sobre o papel dos pais na vida das filhas e como eles podem ajuda-las à medida que as crianças crescem, roubando-lhes suas próprias jornadas. Ao final de nossa conversa, ele havia chegado a uma abordagem que o fazia se sentir bem. “Eu estava focado em como não perdê-la, mas agora percebo que a verdadeira questão é como apoiá-la em seu crescimento e florescimento por conta própria. Eu preciso deixá-la se encontrar.

A verdade é que, em grande medida, as perguntas nos criam as condições para que possamos nos tornar um pouco mais errados, desconfortáveis ​​e reflexivamente quietos. É nessas configurações que encontramos novas perguntas surpreendentes para nos ajudar a resolver nossos problemas mais complicados.

Então, para ajudá-lo a planejar  seu ano e a solucionar os problemas que mais afligem sua vida, vou lhe explicar como funciona o método. Vamos lá?

PASSO 1: Selecionar o desafio

Selecione um desafio com que você se importa profundamente. Talvez algo que tenha feito com que você sofresse um revés ou tenha uma sensação indistinta de uma oportunidade. Se você tiver dúvida sobre a importância deste desafio em sua vida perceba se ele faz o seu coração bater mais rápido. Se a resposta for sim, certamente está é uma boa escolha.

Em seguida, convide um pequeno grupo para ajudá-lo a considerar esse desafio a partir de novos ângulos. Trazer outros para o processo fornece uma base de conhecimento mais ampla e ajuda a manter uma mentalidade construtiva. Inclua duas ou três pessoas que sejam completamente diferentes de você em termos de compreensão “interna” do problema e visão de mundo geral. Eles podem gerar perguntas convincentes que você não faria porque não têm investimento no status quo.

Antes de iniciar a geração de perguntas, descreva claramente duas regras críticas de engajamento. Primeiro, peça às pessoas para contribuírem apenas com perguntas. Explique que aqueles que tentarem sugerir soluções serão interrompidos. Segundo, explique que nenhum preâmbulo é permitido. Explicações e detalhes, curtos ou longos, guiam as pessoas para ver o problema de uma determinada maneira – o que você está tentando evitar.

Agora, faça uma verificação rápida de sua emoção. Seus sentimentos sobre o desafio são positivos, neutros ou negativos? Anote seu humor. Você fará isso novamente, depois que a sessão terminar.

PASSO 2: Gerar as perguntas

Defina um cronômetro e gaste os quatro minutos coletivamente, debatendo perguntas surpreendentes e provocativas sobre o desafio. Nenhum bloqueio é permitido nas contribuições de outros. Capture cada pergunta na íntegra e peça aos seus parceiros para ajudá-lo com isso; caso contrário, você pode, inconscientemente, censurar algo que não quer ouvir. Enquanto escreve, adicione as próprias perguntas.

Uma vez que o temporizador termine, faça outra verificação rápida de emoção. Você se sente mais positivo sobre o desafio do que se sentia antes? Se não, tente executar novamente o exercício. Ou tente novamente no dia seguinte. Ou tente com pessoas diferentes. Lembre-se de que este exercício não apenas desperta novas perguntas valiosas, mas também proporciona uma emoção positiva em 85% do tempo, sendo mais provável que você progrida nas soluções.

PASSO 3: Analise as perguntas

Estude as perguntas que anotou. Selecione algumas que o intrigam e as considere  de maneira diferente da que está lidando com as coisas. Alguns critérios podem ajudá-lo a analisar cada pergunta: é algo que você não perguntou? Ou foi perguntado antes? É para o qual você honestamente não tem uma boa resposta? É aquele que evoca uma resposta emocional, positiva ou negativa? Em outras palavras, submeta as perguntas a um teste surpresa, a um teste de honestidade e a um teste de verificação emocional.

Finalmente, comprometa-se com a busca – a busca de pelo menos um novo caminho que você vislumbrou – e faça isso como uma caminhada real. Separe as considerações sobre o que pode ser mais confortável para concluir ou tornar mais fácil de implementar e, em vez disso,  se concentre no que será necessário para resolver o problema. Elabore um plano de ação de curto prazo: Que ações concretas você tornará efetivas nas próximas três semanas para encontrar possíveis soluções sugeridas por suas novas perguntas?

É assim que o Question Burst funciona. O exercício ajuda as pessoas a ganharem energia, reestruturarem problemas e a  descobrirem novas soluções para alcançar resultados positivos e poderosos em mais de 80% do tempo – porque cria consistentemente as condições especiais em que as questões podem prosperar. E isso faz toda a diferença.

Que tal tentar utilizar o método agora mesmo e transformar suas promessas não cumpridas em verdadeiros planos de ação para uma vida mais plena? Só depende de você!

 

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Rê Spallicci