A forma como o consumidor se comporta nunca mais será a mesma?
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Tudo passa! E esta crise inacreditável que estamos vivendo também vai passar. E todos nós, como pessoas e profissionais, precisamos estar atentos ao novo mundo que vai emergir, passado este momento.
Por isso, tenho trazido aqui no meu blog diversos artigos com análises de conjunturas e cenários que vão nos ajudar a nos posicionar de forma mais assertiva na retomada das atividades e da economia.
Nesse sentido, o texto de hoje traz as perspectivas do que devemos ter de mudanças mais substantivas no comportamento do consumidor, após este momento de crise. E como essas mudanças devem impactar mercados e a forma como nós consumimos. Acompanhe.
Um momento de ansiedade
Nos estágios iniciais da pandemia, vimos consumidores preocupados com a saúde de suas famílias, com o atendimento das suas necessidades básicas e com a perda de liberdade, algo que todos nós tínhamos como certo.
E essas preocupações comuns se manifestaram de maneiras diferentes nos consumidores. Uma parte dela, motivada pelo medo da recessão, pelo corte de salários e atividade econômica, simplesmente parou de consumir qualquer coisa que não fosse estritamente necessária.
Outra parte continuou gastando normalmente, mas de uma forma diversa e em produtos diferentes.
Segundo estudos, os consumidores de 18 a 44 anos constituem maioria entre aqueles que continuaram comprando com mais frequência. Apenas 40% deles disseram que estão comprando com menos frequência, enquanto 42% afirmaram que os produtos que compraram, mudaram significativamente, e para 46%, agora, as marcas são mais importantes.
Já nos consumidores com mais 45 anos, que provavelmente tiveram maior impacto em seus empregos, estão entre aqueles que fizeram cortes mais profundos nos gastos. 78% deles estão comprando com menos frequência, e 64% estão comprando apenas o essencial. Em contraste com o outro segmento, 33% dos consumidores aqui acham que as marcas agora são muito menos importantes para eles.
O pós-pandemia
Mas este panorama é o que vemos agora. O que podemos, então, esperar para o pós-pandemia? Com certa recessão e maior desemprego?
As principais pesquisas neste sentido, realizadas em todo o mundo, apontam alguns aspectos em comum:
Boa parte dos consumidores acredita firmemente que estaremos em uma recessão global após a pandemia. No entanto, mesmo aqueles mais conservadores financeiramente, esperam aumentar os gastos com itens não essenciais depois que a crise terminar. Mas 45% acreditam que a forma como compram terá mudado permanentemente, e 38% dizem o mesmo sobre o que comprarão.
E a principal mudança que ressaltam é na escolha de marcas que tenham propósito, com 62% dizendo que teriam mais chances de comprar de empresas que acham que estão fazendo o bem para a sociedade. E 29% pagariam até mais pelas marcas que contribuem para a comunidade, e 42% pelos produtos produzidos em seus próprios países.
Por outro lado, há consumidores que acreditam que, após a pandemia, as coisas serão as mesmas de antes. Um terço deles (33%) não espera que a crise tenha mudado suas vidas em nenhuma dimensão. Apenas 29% dizem que isso mudou a forma como compram, e apenas 21% o que compram. A maioria deles não espera gastar mais dinheiro do que costumava.
O que acontece além do COVID-19?
A grande questão é a seguinte: à medida que a economia se recuperar das consequências da pandemia, quais comportamentos – se houver algum – voltarão ao que eram antes, quais se estabilizarão por um tempo e quais terão mudado para sempre?
Atitudes em relação à privacidade estão mudando
Uma característica desse novo cenário, que é especialmente relevante agora, é a maneira como as atitudes sociais em relação à privacidade mudam, na medida em que o não compartilhamento de dados é considerado egoísta: os cidadãos ficam felizes em disponibilizar informações privadas, se for para o bem da sociedade.
Hoje, parece que o rastreamento de contatos se tornará uma parte cada vez mais importante dos esforços do governo para emergir da crise. Por isso, a maioria das pesquisas mostra que mais de 50% dos consumidores disponibilizariam seus dados pessoais, se isso ajudasse a monitorar e a rastrear um cluster de infecção.
Nesse sentido, as empresas devem considerar de que forma o aumento da positividade do consumidor em relação ao compartilhamento de dados criará oportunidades para novos modelos de negócios. Pode muito bem acelerar a demanda que já vemos por maior rastreabilidade do produto, criando um ambiente no qual consumidores e empresas operam com total transparência. Nesse contexto, toda ação e suas implicações seriam visíveis.
Outra característica comum marcante é que os consumidores tratam tempo, talento e recursos naturais como igualmente preciosos.
Hoje, um terço dos consumidores concorda fortemente que estes fatores irão impactar profundamente em suas compras. E mais de um quarto diz que presta mais atenção ao que consome e ao impacto que isso tem. Talvez em nosso mundo pós-crise vejamos que os consumidores estão mais atentos às consequências de suas escolhas?
É provável que os consumidores mostrem maior preferência por lojas, restaurantes e marcas que pareçam locais. E certamente estarão mais interessados em valor do que preço, proveniência e benefício do produto. Novamente, isso levaria à necessidade de maior transparência e rastreabilidade da cadeia de suprimentos.
Esses são alguns dos insigths de pesquisas realizadas principalmente nos Estados Unidos e na Europa, e que selecionei aqui para vocês! E mais uma vez repito! Precisamos estar atentos neste período para que não nos deixemos levar pelo medo e desespero e tenhamos lucidez para pensar o futuro, analisando cenários e conjunturas a todo tempo.
São essas empresas e esses profissionais que terão mais chance de sucesso no mundo pós-pandemia! E eu quero que você e sua empresa estejam entre eles!
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Rê Spallicci