Empresas reconhecem e valorizam cada vez mais perfil do profissional que realiza trabalhos voluntários. Saiba mais...
Realizar um trabalho voluntário é um ato de cidadania que proporciona ganhos para as comunidades que o recebe e uma vivência rica para quem o faz. E, além de toda a troca de experiências que uma ação voluntária proporciona, cada vez mais as pessoas que realizam esse tipo de atividade saem na frente, no momento de buscar uma colocação no mercado de trabalho.
Segundo levantamento realizado pela consultoria Deloitte, ter experiência em trabalho voluntário melhora as chances de contratação de profissionais, principalmente aqueles recém-saídos da universidade. De acordo com a pesquisa, em que foram consultadas mais de 500 pessoas, 81% dos executivos de RH consideram que a experiência adquirida em trabalhos voluntários é levada em conta na hora de promover uma contratação.
Mas, por que o trabalho voluntário ganha tanto destaque no momento de se avaliar um perfil profissional? Em um mercado com pessoas cada vez mais preparadas e com considerável quantidade de títulos acadêmicos, a análise das competências comportamentais vem ganhando bastante destaque, e a participação em trabalhos voluntários pode dar algumas pistas sobre esse perfil do profissional.
É o que explica Gutemberg Leite, Diretor da Meta RH, consultoria especializada em Recursos Humanos. “As ações voluntárias estão intimamente ligadas ao fato de o profissional estar preocupado não só em contribuir com sua comunidade, mas de poder compartilhar e desenvolver suas relações interpessoais. Desta forma, as empresas podem mensurar o quanto o profissional está envolvido em deixar sua ‘marca’ e fazer a diferença em distintas organizações e ações sociais. Quando o profissional está engajado nessas ações traz indicadores do quanto ele pode ou não ser engajado dentro da organização, o quanto ele se preocupa com os demais e com o estabelecimento de relações interpessoais. Isso, consequentemente, poderá fornecer à empresa um indicativo do perfil pessoal desse candidato, no que diz respeito a características como cooperativismo, preocupação em relação ao seu futuro e mesmo em relação à cidadania”, revelou.
Desejo de mudar o mundo
Ainda segundo Gutemberg, os recrutadores entendem que os profissionais que realizam trabalhos voluntários são mais flexíveis. Afinal, eles se dispõem a atuar em um local fora de sua zona de conforto, com pessoas com as quais não têm intimidade e atuando por uma organização que não lhes oferece nenhum retorno financeiro. Essas ações mostram um perfil com valores éticos, preocupação em relação à cidadania, flexibilidade, dinamismo e mesmo proatividade, em que a motivação em atuar com ações voluntárias partem de forma intrínseca e onde existe — mesmo que de forma inconsciente — desejo de poder ajudar os demais.
“O profissional que atua com trabalhos voluntários tem uma característica bem marcante: ‘o desejo de mudar o mundo’. Essa visão para a maioria das empresas é uma habilidade inovadora e poderosa, pois o profissional não ficará estagnado em seu cargo ou mesmo atividades, mas terá em si o desejo de desenvolvimento, inovação, podendo agregar valores e novos conhecimentos para a organização na qual esteja trabalhando”, explana o consultor.
Mas é claro que não adianta simplesmente se empenhar em uma ação voluntária para ganhar pontos no mercado de trabalho. As organizações valorizam profissionais éticos e engajados em trabalhos sérios, porém, quando esse trabalho é feito apenas para valorizar o currículo, as organizações não identificam no profissional uma pessoa madura e com valores sólidos. Por isso, independente do tempo que o profissional realize esse trabalho, ele é importante por sentir-se motivado e participante da causa social, e não somente para a conquista de um novo trabalho ou mesmo por uma recolocação.
Fazer um trabalho voluntário é um ato de cidadania, de ajuda ao próximo e também de autodesenvolvimento e, por isso, pessoas que praticam essas atividades tendem a ser mais felizes e conscientes do mundo a sua volta. E você, já fez algum serviço voluntário ou tem vontade de fazer? Quem sabe a hora para começar é exatamente agora!
Gutemberg Leite é mestre em Ciências da Comunicação, pós-graduado em Comunicação Empresarial pela Faculdade Cásper Líbero e em Administração com ênfase em Recursos Humanos pela FECAP. Possui especialização em “Novas Tecnologias da Comunicação” pela Universidade da Flórida, Estados Unidos. Graduado em Administração de Empresas. É fundador do Grupo Meta RH e Coautor do livro Ser + Inovador em RH e Ser + em Gestão de Pessoas, da Editora Ser Mais e, com Fábio França, A Comunicação como Estratégia de Recursos Humanos, Editora Qualitymark, em sua segunda edição.
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Rê Spallicci