Em tempos de pandemia, empresas passam a valorizar mais as real skills
Além de acelerar as mudanças na forma como as pessoas trabalham, a chegada da pandemia de Covid-19 também impôs a necessidade de reinvenção imediata em outros aspectos. Enquanto os profissionais passaram a buscar organizações mais comprometidas com os aspectos sociais e ambientais, empresas têm exercitado um olhar diferente quanto ao que esperam dos atuais colaboradores e de futuros candidatos e passaram a valorizar mais as real skills.
As habilidades verdadeiras
Traduzindo ao pé da letra, real skills são as habilidades verdadeiras, um misto de competências que, em sincronia, são capazes de levar a resultados desejados e ainda superar expectativas. Alguns estudos recentes, como o levantamento global do LinkedIn e o relatório de habilidades do Fórum Econômico Mundial, apontam algumas das habilidades mais esperadas pelos gestores em relação aos profissionais contratados.
A principal conclusão é que o momento exige um conjunto de habilidades híbridas. As chamadas hard skills, relativas ao conhecimento técnico, seguem necessárias, mas deixam de ter peso maior ou exclusivo na contratação. Já as soft skills, reconhecidas como comportamentais ou socioemocionais, passam a ter o mesmo peso das técnicas.
Para o escritor Seth Godin, best-seller mundial do marketing, devemos parar de chamar essas competências de soft, pois elas são igualmente real. Para ele, o termo soft minimiza a importância de aspectos fundamentais para o indivíduo e para os resultados. Ele considera cinco grandes categorias a serem avaliadas: autocontrole, produtividade, sabedoria, percepção e influência, e acredita que as real skills sempre podem ser aprendidas.
O aprendizado contínuo, em que a jornada de desenvolvimento nunca cessa, não é a habilidade mais apontada nos recentes estudos. Mas é por meio dele que os profissionais vão adquirir ou refinar suas habilidades técnicas e comportamentais para serem desejados pelas empresas. O conceito diz respeito a ter uma mentalidade aberta ao conhecimento. Assim, o aprendizado pode vir de qualquer conversa, livro, filme… e até ao observar uma situação do cotidiano.
A pressão do mercado exige mudanças e reinvenção de negócios, trazendo a necessidade de profissionais com habilidades consideradas mais humanas. São essas competências (soft ou real) que nos farão imprescindíveis quando as máquinas ocuparem muitos postos de trabalho.
Neste período de pandemia, quem se saiu melhor foram os que têm habilidades que estão em evidência, como a criatividade e a resiliência, principalmente para fazer mudanças drásticas em seus negócios. Afinal, quando passamos por momentos de extrema dificuldade, vamos nos moldando e adaptando e, assim, a resiliência aflora. Outra característica importante é a empatia, o desejo de entender a realidade do outro, de como ele se sente e de como ajudá-lo. Isso certamente todos nós teremos de exercitar mais. Outros pontos significativos são a capacidade de comunicação e a escuta ativa no processo de entendimento entre as pessoas.
A capacidade de resolução de problemas e a adaptabilidade, em um período cheio de barreiras e contratempo, também se tornaram cada vez mais importantes. E como quase todos os negócios tiveram sua rentabilidade prejudicada pelo distanciamento social, situação que ainda deve se estender por um bom tempo, as empresas precisaram e continuarão precisando de profissionais com expertise em inovação e criatividade, que possam fazer diferente, melhor e mais barato.
Finalmente, podemos dizer que as real skills são habilidades reais porque funcionam, são modernas, necessárias e diferenciadas… E sempre devem levar em conta as pessoas. Afinal, são elas que estão no centro de tudo, sejam líderes, colaboradores ou consumidores.
Busque seu propósito. Deixe o seu legado.
Rê Spallicci
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