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Diversidade & Inclusão

Mulheres empoderadas ganham espaço no espaço e no mundo do trabalho

Mulheres ganham espaço no mundo aeroespacial! E já não é sem tempo!

 29 de outubro de 2020
7 min de leitura

...Um grande passo para a humanidade

Esta é somente a metade de uma frase dita por Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua, mas é também uma verdade inteira quando pensamos que as mulheres agora estão presentes nessa jornada espacial e tão especial.

Há uma semana, fez um ano da primeira grande caminhada espacial conduzida só por mulheres – as americanas Jessica Meir e Christina Koch. Isso foi parte do preparo, porque elas poderão comandar a Missão Artemis que levará a primeira mulher à Lua, em 2024.

Ah! Como se a Lua já não estivesse dentro de nós todas, não é?

Mulheres já são 50% dos astronautas da NASA

Mulheres já são 50% dos astronautas da NASA

Em 2013, as mulheres já eram 50% do efetivo de astronautas da NASA. E só chegamos aí – é bom nos incluirmos todas nessas conquistas – porque muito antes, em 1963, a russa Valentina Vladimirovna Tereshkova foi ao espaço. Vinte anos depois, Sally Ride também se aventurou e, um ano depois, em 1984, Kathryn Sullivan fez a primeira caminhada espacial. E também porque, há muito tempo, estamos na batalha por nossos lugares onde quer que sejam. E por que não no espaço?

A TV americana já nos trouxe mulheres astronautas há muito tempo. Nos anos de 1960, a divertida família Robinson fez uma viagem numa nave e se perdeu pelo espaço por três anos. Em Lost in Space – a primeira versão –  havia três mulheres na espaçonave, embora suas ocupações não deixassem de ser um tanto quanto só as “domésticas”, as emocionais, como ainda éramos reconhecidas na época. 

Mais recentemente, o cinema homenageou três cientistas negras americanas; elas trabalharam nos cálculos que levaram a Apolo 11 à Lua. E uma delas, a pioneira Katherine Johnson, faleceu em fevereiro desse ano, com 101 anos. Poderosa, não? No entanto,  homenagem tardia, de  certa forma.

O potencial feminino, dirão muitos, vai alcançar tudo o que os homens já atingiram.  Que patético pensar assim no século XXI, em 2020, você não acha? Não há como comparar o que é incomparável: capacidade, potencial, inteligência, não são atributos de gênero. Todos nós, homens, mulheres, com suas inúmeras preferências sexuais (que infelizmente parece ser o que nos define), somos capazes de tudo. É da nossa natureza, porque somos natureza.

Temos a mesma curiosidade e a mesma coragem para estudar, aprender, compreender, flutuar no espaço, andar nele, descobrir água, energia, oxigênio, minerais, outros planetas, para desbravar o universo; podemos até, juntos, destruirmos o planeta em que vivemos, se a consciência humana não imperar sobre o nosso ego e sobre essa nossa competição demolidora.

Sim, homens e mulheres astronautas são diferentes

Rita Lee já cravou: “mulher é um bicho esquisito, todo mês sangra”. Só isso já nos faz ser bem diferentes dos homens, em qualquer ambiente e ocupação. Precisamos de cuidados, em determinados períodos do mês, quando menstruamos; precisamos ficar alerta em outros, quando ovulamos.                                      

No espaço não seria diferente. Lá as mulheres são mais propensas a ficarem doentes, assim como os homens podem sofrer mais na reentrada à atmosfera terrestre.      

A Dra.VashaJain, do Reino Unido, foi uma das primeiras acadêmicas a pesquisar a saúde da mulher no espaço, pois é uma das autoridades neste tema. Ela afirma que “quando as mulheres voltam, têm problemas para controlar a pressão arterial”. Muitos estudos ainda estão sendo feitos sobre as questões hormonais e a própria fisiologia.

E  pouco se sabe ainda sobre as implicações cardiovasculares, imunológicas, motoras, musculares e reprodutivas em voos espaciais feitos por homens e mulheres. Evidente que os organismos são diferentes, mas, isso ao contrário de ser um limitante, pode revelar uma boa descoberta, a fim de  equilibrar as oportunidades para exercer essa atividade tão sempre masculinizada.

A mulher estigmatizada como “do lar”, foi pro espaço.

Literalmente! O cinema, mais uma vez, nos revela as dificuldades e preconceitos que enfrentamos por sermos mulheres e atuarmos exatamente nos mesmos segmentos e com a mesma capacidade de realização e entrega que os homens.

Numa nova série – AWAY – da Netflix, a astronauta Emma Green comanda uma expedição rumo a Marte, deixando em casa marido e a filha de três anos. É claro  que isso ocasionaria problemas, tanto para os que ficaram na terra, e muito mais para ela, mulher e mãe. O que, dificilmente, ocorreria se fosse o marido de Emma, o chefe da expedição. Se pensarmos bem, não é preciso ir pro espaço para passar por isso. Mulheres empresárias, líderes, mestras, médicas, cientistas de toda ordem, profissionais de todas as áreas, passam por isso: não deixam de ser mães, donas de casa, esposas, companheiras, para atuarem em diversas frentes, sem abdicar de nenhuma delas.

Já faz tempo que a mulher não é mais nominada como “do lar”. E, mesmo não deixando de lado essas tarefas assumidas há séculos e séculos, ser engajada, ativa e comprometida com todas as oportunidades que a vida nos oferece, é a nossa missão maior do que qualquer outra, mesmo a espacial. 

Astronauta brasileira? Sim, já temos

Não poderíamos terminar este assunto empolgante, sem citar a engenheira aeroespacial brasileira, Ana Paula Castro de Paula Nunes que, com apenas 27 anos, poderá ser a primeira astronauta brasileira. Ela foi selecionada juntamente com cinco mulheres de várias nacionalidades para uma missão simulada da ESA (Agencia Espacial Europeia).

E sobre tal desafio, ela comenta: “Temos um longo caminho a percorrer, mas acredito que, com educação e maior representatividade das mulheres na ciência, mais meninas vão insistir nos seus objetivos científicos.”               

A missão da nossa astronauta faz parte da segunda campanha do projeto Euro Moon Mars in Hi-Sea, da Agência Espacial Europeia, local onde alguns astronautas da Nasa (Agência Espacial Norte-americana) também treinam para suas missões. A etapa de simulação foi realizada no deserto do Havaí, durante duas semanas, em dezembro de 2019. E sobre sua tarefa, Ana Paula completou à época: “Isso quer dizer viver como astronauta, comer comida de astronauta, deixar o habitat só com traje espacial para atividade extraveicular e realizar vários experimentos científicos”.

“Nós vamos fazer alguns estudos abordando fatores psicológicos em um habitat lunar. Por exemplo, ficar isolado, interagindo apenas com seis pessoas, falta de ar fresco, banhos curtos, além de outros fatores.”

Além disso, essa equipe especial da qual Ana Paula faz parte, realizou pesquisas, estudou a radiação em alimentos cultivados localmente, fez pesquisas geológicas com o auxílio de drones, estudos de arquitetura, exploração de tubos de lava e testes de tecnologia espacial.

Bom saber que um projeto desse porte e de tamanha importância vem incluindo mulheres brasileiras.

Sinceramente, fico pra lá de orgulhosa. \0/

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Rê Spallicci