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Fitness

A importância da atividade física no tratamento da depressão

Estudos sugerem que atividade física regular pode ajudar a combater sintomas da doença

 23 de agosto de 2018
6 min de leitura

Beneficios psicológicos da atividade física na depressão

Eu sou uma apaixonada pelos exercícios físicos! E as razões para amá-los são infinitas! Todos sabem que os exercícios físicos são essenciais para a saúde do nosso corpo, que nos ajudam a manter ou perder peso, melhoram a autoestima, combatem e previnem uma série de doenças!

Mas há outro fator da prática da atividade física que raramente se  comenta, e que é tão essencial quantos os outros motivos que citei! É que muitos estudos mostram que as pessoas que se exercitam regularmente se beneficiam com um impulso positivo no humor e apresentam taxas mais baixas de depressão.

Quais são os benefícios psicológicos do exercício?Beneficios psicológicos da atividade física

 

Melhorar a autoestima é um benefício psicológico fundamental da atividade física regular. Quando você se exercita, seu corpo libera substâncias químicas chamadas endorfinas. Estas interagem com os receptores em seu cérebro que reduzem sua percepção da dor, atuando como analgésicos

Elas também atuam como sedativos, além de desencadear uma sensação positiva no corpo. A sensação de concluir uma corrida ou treino, por exemplo, é frequentemente descrita como “eufórica”, e quem pratica exercícios de forma regular pode levar essa sensação de euforia para uma visão mais positiva e energizante da vida.

A prática de exercício de forma regular comprovadamente age para:

Beneficios psicológicos da atividade física

O exercício é fundamental como auxiliar no tratamento da depressão

Mas, além de todos os benefícios aí mencionados, estudos mostram que o exercício é um tratamento eficaz também no tratamento da depressão, mesmo que, muitas vezes, seja subutilizado pelos médicos.

Inicialmente, os estudos apontavam que exercícios aeróbicos (como correr, andar de bicicleta e nadar) eram os melhores por, comprovadamente, liberarem endorfina, mas novas pesquisas sugerem que o treinamento de força tem benefícios de bem-estar semelhantes.

De acordo com uma revisão de testes clínicos anteriores, os exercícios de força, como fazer flexões ou musculação com aparelhos, podem também ajudar a reduzir significativamente os sintomas da depressão.

Segundo a revisão, publicada na JAMA Psychiatry, pesquisadores da Universidade de Limerick, na Irlanda, analisaram os resultados de 33 experimentos, incluindo testes para depressão, antes e depois da quantidade necessária de treinamento.

E observou-se que aqueles participantes que realizam treinamentos de força algumas vezes por semana ou diariamente, reduziram significativamente os sintomas de depressão. Aqueles com “depressão leve a moderada” tiveram substanciais melhorias, de acordo com  Brett Gordon, pesquisador de pós-graduação e principal autor do estudo.

É claro que os pesquisadores não podem dizer com certeza como ou por que o treinamento de força reduz os sintomas da depressão, mas apenas confirmar o fato. “Exercícios de resistência podem influenciar certas funções do cérebro, incluindo a liberação de substâncias neuroquímicas que estimulam o humor”, reforçou Gordon.

Outro fator essencial do esporte como auxiliar no tratamento da depressão é o seu componente social. Participar de aulas pode ser benéfico ao paciente com depressão, justamente por ajudá-lo, também, a se socializar.

Como decidir que tipos de exercícios devem ser feitos

Antes de começar um programa de exercícios para reduzir os sintomas da depressão, aqui estão algumas perguntas que você deve considerar:

  • De que atividades físicas eu gosto?
  • Eu prefiro atividades em grupo ou individuais?
  • Quais programas se encaixam melhor na minha agenda?
  • Eu tenho condições físicas que limitam a minha escolha de exercício?
  • Que objetivos eu tenho em mente? (Por exemplo: perda de peso, fortalecimento muscular, melhora da flexibilidade ou melhora do humor)

Após responder a estas perguntas, escolha uma atividade de que você goste. Afinal, a prática do exercício deve ser algo divertido. Depois de escolher, coloque a rotina de exercícios em sua programação diária e a trate como uma prioridade. Lembre-se de que a variedade é o tempero da vida, por isso, certifique-se de diversificar seus exercícios para não ficar entediado.

Segundo os especialistas, o ideal é que a pessoa se exercite pelo menos 20 a 30 minutos, três vezes por semana. Estudos indicam que o exercício de quatro ou cinco vezes por semana é ainda melhor. Mas, se você está apenas começando, inicie com um programa de 20 minutos e vá aumentando, conforme o seu desenvolvimento.

Atenção! Exercícios ajudam, mas não curam a depressão

Tenho obrigação de salientar que, para a maioria dos médicos psiquiatras, os exercícios são essenciais para ajudar a amenizar os sintomas da depressão, mas não são responsáveis pela cura!

A depressão se manifesta fisicamente, causando distúrbios do sono, redução de energia, alterações no apetite, dores no corpo e aumento da percepção da dor, o que pode resultar em menos motivação para o exercício. É um ciclo difícil de quebrar, por isso, introduzir os exercícios como um auxiliar no tratamento é tão importante!

Mas todos os especialistas são unânimes em afirmar que este é um tratamento de longo prazo e multidisciplinar. Associar os exercícios à psicoterapia e aos medicamentos, quando indicados pelos médicos, é fundamental.

John Campbell, professor de clínica geral e cuidados primários no Peninsula College of Medicine and Dentistry (Universidade de Exeter) acredita que muitos pacientes que sofrem de depressão preferem tomar medicação antidepressiva tradicional e utilizar outras abordagens como auxiliares ao tratamento.

“O exercício e a atividade pareceram promissores como um desses tratamentos, mas pesquisas cuidadosamente projetadas mostraram que o exercício sozinho não parece ser eficaz no tratamento da depressão.”

Por isso, é fundamental que, caso apresente sintomas de depressão, a pessoa busque ajuda médica especializada e considere utilizar os exercícios como um auxílio ao tratamento prescrito pelo profissional capacitado!

 

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Rê Spallicci