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Fitness

Ele não desce do salto

Namie Wihby é uma referência quando o tema é aprender a andar nas passarelas e é com ele que pegamos dicas e truques para ajudá-la a ser mais elegante.

 14 de março de 2016
6 min de leitura



Ele anda melhor de salto alto do que a maioria da mulheres! Tanto que fez disso a sua profissão. Com uma carreira que teve início na agência Elite, e que caminhou para sua própria escola de passarela, a Namie Wihby School, Namie Wihby é uma referência, quando o tema é aprender a andar nas passarelas, tendo trabalhado com ícones da moda e prestado consultoria à Rede Globo.

E é com ele que Renata Spallicci está aprendendo a desfilar para a competição WBFF. Superatencioso, Namie bateu um papo incrível com nossa equipe. A conversa rendeu uma matéria cheia de dicas para desfilar nas passarelas e, principalmente, nas ruas.

 

PRS – Por que você resolveu aprender a andar de salto alto?

NW – Eu trabalhava na Elite e tinha a missão de ajudar meninas de 13, 14 anos a se comportarem como mulheres na passarela. E o salto alto é um dos acessórios fundamentais para isso. Aí pensei: por que eu não subo no salto e desenvolvo técnicas para ajudá-las? Afinal, se eu como homem posso andar de salto, a mulher tem obrigação de saber andar! Desde então tenho paixão em ensinar as mulheres a exercerem essa parte tão importante da feminilidade e da elegância.

 

PRS – Qual a principal diferença entre o andar sem salto e de salto, e  o andar da passarela e o do dia a dia ?

NW – O andar de salto não está somente nas pernas e nos pés. Andar bem de salto requer uma coordenação motora e uma boa postura. Uma concordância corporal. Tento desmitificar um pouco a questão de que o andar da passarela e das ruas é tão diferente. Claro que na passarela há um pisar mais forte e, nas passarelas, não existem os desafios das ruas esburacadas etc. Mas o que eu sempre tento passar para as mulheres é que para andar de salto, elas precisam colocar um pé na frente do outro, e isso não só nas passarelas. Afinal, toda mulher que é elegante e anda de salto está desfilando sempre.

 

PRS – É mais fácil ensinar andar de salto uma menina que quer ser modelo ou uma mulher que já anda e tem seus vícios?

NW – Eu acho mais fácil ensinar a mulher. A mulher já tem sua feminilidade resolvida. E é por isso que gosto tanto do curso Elegance que ministro na minha escola, porque ensino mulheres comuns a andarem de salto alto com elegância.

 

PRS – Quais os maiores pecados que a mulher comete ao andar de salto?

NW – Não colocar um pé na frente do outro, andar de perna aberta ou com os pés para fora – no famoso dez para as duas – de braços abertos e joelhos flexionados.  E o pior, achar que está arrasando.

 

PRS – Há uma idade limite para se aprender a andar corretamente ou não?

NW – De jeito nenhum. Nunca é tarde para ser elegante. Tenho histórias de mulheres casadas por cinquenta anos, cujos maridos não gostavam que usassem salto por ficarem maiores que eles, por exemplo, e aquelas que se redescobrem mulheres e femininas nas aulas. Nunca é tarde pra começar, basta ter força de vontade. Aliás, a grande dica é: comece com saltos menores e vá aumentando aos poucos. Comece com saltos que vão dar mais segurança, como o quadrado, carretel. Depois, comece a usar vários tipos de salto, da plataforma e meia-pata até o salto agulha. Treine e vá se aperfeiçoando.  A mulher pode até começar sem sapatos, andando na ponta do pé em casa. O importante é saber que andar de salto faz bem à feminilidade, à elegância e à beleza da mulher. Claro que há sapatos que vão machucar, incomodar, mas é como a sapatilha para a bailarina. O desejo de estar linda e elegante deve compensar as dores.

 

PRS – Que nota você dá para o andar da mulher brasileira, na média?

NW – Há diferentes tipos de mulheres. Aquelas que amam  salto e as que odeiam. Mas, em geral, a mulher brasileira tem uma ginga única para andar e que é espetacular. Não é à toa que nossas modelos arrasam lá fora. Mas é importante diferenciar ginga de rebolado. Gingar e ser feminina é lindo, rebolar não é elegante. Respondendo à sua pergunta e sendo bem condescendente, eu dou um 7,5.

 

PRS – Qual a diferença do andar da passarela para um andar para uma competição, como o WBFF, da qual  a Renata vai participar?

NW – Na passarela, o que importa é a roupa. No WBFF é a beleza do corpo feminino. O desafio é conseguir mostrar que uma mulher pode ser definida, atlética e ter um andar feminino e elegante. E é nisso que estamos trabalhando e que vamos conseguir!

 

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No mercado da moda há mais de 20 anos, Namie Wihby é natural de Maringá – Paraná e iniciou sua carreira dirigindo uma pequena agência de modelos. Em 1998, transferiu-se para São Paulo e integrou o casting de funcionários da agência ELITE. Já atuou na TV,  compondo o casting da versão brasileira do Reality Show “Brazil´s Next Top Model” na Sony Entertainment Televison, ensinando alguns truques de passarela à atriz Thais Araújo, para novela da Rede Globo e, ano passado, compartilhando todas as suas técnicas no Top Model – O Reality, apresentado por Ana Hickman, na Rede Record.

É proprietário da Namie Wihby, escola de passarela – http://www.namiewihby.com.

Instagram: @namie_wihbyfacebook/namie.wihby

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Rê Spallicci