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Gestão e Liderança

Crise: Cautela para aproveitar as oportunidades

Semear em tempos de seca. Isso mesmo, um período de recessão econômica pode apresentar boas oportunidades para quem deseja investir em um novo negócio. Mas é preciso tomar alguns cuidados para tornar a experiência bem-sucedida.

 29 de setembro de 2015
4 min de leitura

Crise

Um período de recessão econômica pode ser a oportunidade para quem deseja investir em um novo negócio. Afinal, nesses períodos, muitas empresas buscam investimentos de terceiros para tentar salvar suas operações dos efeitos da crise, e outro grande número acaba por sucumbir aos altos custos, abrindo espaço para novas organizações.
Seja qual for o investimento, ele deve contar sempre com o empenho do empreendedor, pois a confiança no negócio e a energia para fazer acontecer são ingredientes essenciais para o sucesso. Além dessa disposição, a adoção de algumas precauções contribuirá para tornar a experiência bem-sucedida, e o investimento trará excelentes frutos para o investidor e para a sociedade.
Caso a oportunidade identificada seja a de investir em uma empresa já existente, além da energia e do empenho, é imperioso que:
a) Os dados e os índices financeiros da empresa e do setor sejam conhecidos pelo investidor, bem como que as rotinas da organização sejam investigadas e conhecidas, a fim de identificar potenciais passivos não reconhecidos nos documentos financeiros. Os passivos preexistentes devem ser objeto de garantia em dinheiro ou bens imóveis ao investidor;

b) As eventuais dívidas pessoais dos sócios atuais da empresa sejam de conhecimento prévio, pois a convivência com o sócio devedor pode implicar na admissão de seu credor no quadro societário da organização. E um estranho no ninho, com interesses diferentes, quase nunca é bom; e

c) Caso o negócio implique na saída de um ou de todos os antigos sócios, o contrato deve dispor sobre proibição da concorrência destes sócios com a organização; caso contrário, os resultados incialmente projetados poderiam ser reduzidos a patamares inadmissíveis.

Caso a opção seja pela constituição de uma nova empresa, de forma independente ou por meio do sistema de franquias, é importante que:

a) Os dados financeiro-econômicos do projeto, incluindo, mas não se limitando aos indicadores históricos do mercado, índices de viabilidade financeira extraídos do fluxo de caixa projetado, atuais concorrentes, novos entrantes, forças e fraquezas, vantagens competitivas, valor total do investimento e necessidade de capital de giro sejam minuciosamente estudados e reflitam uma realidade confortável para o investidor, de modo que a tomada de decisão seja a mais consciente possível;

b) No caso das franquias, além de uma avaliação crítica do contrato, é recomendável que se faça uma pesquisa das ações judiciais existentes contra a franqueadora. Dessa forma, possíveis futuros problemas serão de antemão mapeados; e
c) A relação entre os sócios, se houver, seja regulada, já no inicio do negócio, para que situações como o pagamento imediato da participação de um sócio que resolve se retirar da sociedade ou, mais grave ainda, a venda da participação a um terceiro, estranho à sociedade, não sejam o fator determinante para o encerramento das atividades.

Evidente que é impossível neutralizar todos os riscos, pois a dinâmica dos negócios não admite tamanha perfeição, mas um pouco de cautela pode proteger o patrimônio do investidor e garantir novos e cíclicos investimentos.

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Rê Spallicci