Como as empresas devem adaptar os estilos de gestão à força de trabalho que une quatro gerações
Tendo funcionários com idades entre o final da adolescência e os 70 anos, as empresas devem adaptar os estilos de gestão à força de trabalho de várias gerações
Pela primeira vez na história contemporânea, há quatro gerações juntas na força de trabalho. Baby boomers, Geração X, millennials e geração Z dividem os espaços das empresas com formas de trabalho e expectativas bem diferentes.
Tal fato faz com que as empresas tenham de se adaptar à nova realidade e buscar formas de trabalho que consigam unir o melhor de cada uma das gerações.
Segundo Eddy Ng, professor da Dalhousie University, que leciona gestão de recursos humanos na Rowe School of Business em Halifax a grande diferença de idade é algo sem precedentes.
“Isso pode se tornar uma questão controversa quando você tem quatro gerações trabalhando com diferentes conjuntos de valores e expectativas entre si. Torna-se um pouco mais difícil para os gerentes lidarem com isso.”
A verdade é que maioria das políticas da empresa foi escrita por boomers para refletir seu próprio estilo de trabalho – um dia padrão no escritório com bastante tempo face a face.
Até que eles se deparam com os millennials que gostam de horários de trabalho mais flexíveis e ambientes mais leves e inclusivos.
Agora, o mais velho desses millennials, nascido entre 1981 e 1995, está na casa dos 30 anos e começam a ter colegas que são membros da geração Z, nascidos entre 1996 e 2010, gerando mais um choque de gerações.
Bruce Mayhew, consultor e instrutor de recursos humanos, disse que a força de trabalho de hoje é “culturalmente dinâmica” e variada em idade. “Essas coisas estão realmente impactando a maneira como nos comunicamos, a maneira como ouvimos e o que achamos que pode motivar a pessoa que está sentada ao nosso lado.”
Diferentes visões sobre lealdade
Os boomers sempre trabalharam em ambientes onde a maioria das pessoas queria atingir os mesmos objetivos que eles: o avanço na escada corporativa e a lealdade que têm sido dois pilares significativos da vida profissional dos boomers.
“Quando você olha o que aconteceu historicamente, os boomers foram muito leais”, disse Mayhew. “A globalização veio, e as empresas começaram a dispensar as pessoas.”
Alguns da geração X e os mais velhos da geração Y viram seus pais de 50 anos, leais, terem suas vidas completamente mudadas por demissões de empresas onde haviam trabalhado por duas décadas ou mais.
Isso levou a geração X a concluir: “Se eles não vão ser leais a nós, por que deveríamos ficar?”
Eles foram, então, os primeiros a se movimentar livremente entre os locais de trabalho. “Os membros da Geração X partiriam em busca de um emprego melhor. Os Millennials partirão e procurarão um emprego melhor.”
Em busca de propósito
Uma das expressivas mudanças que as novas gerações trouxeram ao ambiente de trabalho é a busca do propósito em suas atividades.
Embora a remuneração ainda faça diferença, o trabalhar em prol de um objetivo é algo que as novas gerações procuram no trabalho que fazem.
E manter isso em mente é a chave para atrair e reter talentos. Pensando no setor de reforma de pneus, mais do que nunca, os aspectos ambientais da atividade devem ser ressaltados no momento de buscar talentos dessas novas gerações.
Do outro lado da faixa etária no trabalho, os boomers mudaram a maneira como pensam aposentadoria.
A idade média de aposentadoria vem aumentando, e é improvável que essa tendência seja revertida.
Troca e não mais transferência de conhecimento
Quando as implicações do envelhecimento da força de trabalho começaram a chamar atenção do mundo dos negócios, há cerca de dez anos, o foco era mitigar a perda de conhecimento no local de trabalho quando os boomers se aposentassem, garantindo que o aprendizado e a experiência fossem transmitidos aos trabalhadores mais jovens.
Todos pensavam que isso seria unidirecional – trabalhadores mais velhos transferindo conhecimento para trabalhadores mais jovens.
Mas a verdade é que há uma oportunidade para aprendermos uns com os outros, para nos complementarmos e compartilharmos os respectivos conhecimentos e experiências.
Ainda mais com a chegada cada vez mais forte da tecnologia. Sabe aquela brincadeira de chamarmos nossos filhos para nos ajudar com o computador? Isso foi transferido para o mercado de trabalho!.
Com a tecnologia mudando a forma como trabalhamos, há novas e diferentes habilidades exigidas na economia. As gerações mais novas podem compartilhar habilidades técnicas, enquanto as gerações mais velhas transmitem o conhecimento do setor e a sabedoria geral sobre o local de trabalho.
Uma oportunidade para aprendermos uns com os outros, para nos complementarmos e compartilharmos os respectivos conhecimentos e experiências, já que cada geração traz um conjunto único de habilidades das quais outras podem se beneficiar.
Enfim, acredito que essa é a principal lição que devemos aprender.
Saber usar o melhor das habilidades e conhecimentos de cada uma das gerações pode ser o diferencial para empresas de sucesso e vencedoras em um novo mercado de trabalho!
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Rê Spallicci