Saiba qual a importância do voto feminino nas eleições de 2018
Gente, as eleições estão aí! E nunca nós, mulheres, tivemos papel tão importante em uma eleição. Não só por sermos maioria entre os eleitores, mas porque o nosso papel está tendo um fator decisivo, como nunca aconteceu antes em nosso País!
Na semana passada, aqui no meu blog, dentro da série “Protagonistas”, eu falei sobre a representatividade das mulheres na política e, hoje, quero abordar o voto feminino.
Decisão mais racional
Sempre falam que nós, mulheres, somos mais emoção que razão, não é mesmo? Mas sabia que as pesquisas sobre voto mostram exatamente o oposto? Segundo estudos, o nosso voto feminino é cristalizado na reta final da campanha, portanto é mais pesquisado e dotado de aspectos mais racionais, que fazem com que a gente analise uma gama maior de aspectos, envolvendo cada um dos candidatos antes da escolha.
As pesquisas indicam que os temas mais caros para nós, na hora da tomada de decisão, são Saúde, Educação, Emprego e Segurança, e que o tema da Corrupção é visto como o maior problema de nosso País.
E eu fui também fazer o meu DataRe, rs, e ouvi alguma eleitoras para saber o que as orientam na hora de votar.
Débora Reda, designer, conta que, antes de levar os aspectos econômicos em consideração, pensa mais na questão social. “Eu acredito que com uma sociedade mais justa e igual, a gente consegue melhorar muito a economia. Se você dá condição pra uma pessoa mais pobre sobreviver, ela automaticamente cria um poder de compra, nem que seja pequeno, e consegue fazer parte do sistema e ajuda a girar a economia. Então, todo mundo sai ganhando. Isso é a primeira coisa que eu vejo em relação a um candidato.”
Ela afirma ainda que prioriza o voto em mulheres.“Se a melhor proposta for de uma mulher, melhor ainda. Acredito que a gente precisa de representatividade no governo. Somos maioria no Brasil e precisamos de preocupação com a nossa saúde e segurança. Automaticamente, uma candidata mulher por si só já representa isso. A gente precisa de gente tomando conta da gente, gente que entenda os tipos de problema que temos, porque só quem consegue ter empatia, consegue ajudar. Um homem não sabe o que é sofrer assédio, não sabe o que é passar por processo superinvasivo, caso precise fazer um aborto. Não sabe o que é ser discriminado no trabalho. Não sabe o que é ganhar menos ou ter gente te silenciando porque acha que você sabe menos. Então, acredito que com representatividade, a gente consegue, pelo menos, começar a reverter essa situação.”
A jornalista Heloísa Magalhães também acredita que priorizar o voto em mulheres é essencial para buscar maior equilíbrio representativo. “Nesta eleição, tenho priorizado totalmente candidaturas femininas, tanto para cargos do executivo, quanto do legislativo, optando por homens apenas quando nenhuma das mulheres defende os posicionamentos que eu acredito serem prioridades. Durante a minha escolha, optei pelas mulheres que levantam a bandeira da representatividade, dos mandatos compartilhados e da renovação política como uma das prioridades do seu governo. Mais do que renovação, nós queremos ter gente que lute pelos nossos direitos, e que não estão se candidatando para complementar a velha política que está aí há anos e que o brasileiro não aguenta mais.”
Influenciadoras
Outro fator muito interessante demonstrado nas pesquisas sobre o voto feminino é que, cada vez mais, a mulher passa a ser a maior influenciadora na família na decisão de voto, o que torna a papel das mulheres ainda mais central nas eleições deste ano.
Ou seja, reconhecer o protagonismo da mulher na eleição significa conseguir os votos não apenas delas, mas também dos homens. E aqui está uma virada histórica no comportamento das sociedades. “O eleitorado feminino inicia tendências que são acompanhadas pelos homens”, afirmou Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, em reportagem da Revista IstoÉ.
Ajuda na tomada de decisão
E como somos mais cuidadosas e pesquisamos mais antes de tomar nossas decisões, ter ferramentas que nos auxiliem nesta difícil missão é essencial. Pensando nisso, o movimento Mulheres do Brasil (movimento apartidário sobre o qual já falei aqui no meu blog no artigo Protagonismo Feminino), que incentiva o protagonismo feminino na sociedade, lançou o Appartidárias, uma plataforma on-line para mapear e dar divulgação às candidaturas de mulheres nas eleições deste ano.
O bacana do aplicativo é que ele não faz nenhum tipo de recorte partidário ou ideológico, nem o famoso “match” eleitoral, filtrando opções que mais combinem com o perfil do usuário. “Não é uma ou outra, são todas as mulheres. E cada uma delas terá sua página, suas pautas, as opiniões nas redes. Não importa se é contra ou a favor do aborto, por exemplo”, afirma Ligia Pinto Sica, uma das líderes do comitê de políticas públicas do grupo.
A ideia do APP é fazer a representação feminina nas campanhas ir além da cota estabelecida pela legislação eleitoral que, como citei na matéria A mulher na cena eleitoral brasileira, muitas vezes, é muito mais para “inglês ver”.
Há outras iniciativas digitais muito bacanas que nos ajudam na escolha por candidatas mulheres! O Vote Nelas, por exemplo, ajuda a encontrar uma mulher que o representa. “De direita, de centro ou de esquerda, não importa de que lado do espectro você está. O importante é eleger mais mulheres nas Eleições 2018”, prega o site.
O Me Representa traz os temas mais importantes, e candidatas que os defendem, proporcionando que você cruze os dados de acordo com o seu perfil eleitoral.
Vote com consciência
Votar com consciência é uma forma de honrarmos as gerações passadas que lutaram muito por este direito e dar mais oportunidades às gerações futuras! Lembremos que o voto feminino no Brasil só foi constar do código eleitoral Provisório (Decreto 21076), em 24 de fevereiro de 1932, durante o governo de Getúlio Vargas. Fruto de uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República, foi ainda aprovado parcialmente por permitir somente às mulheres casadas, com autorização dos maridos, e às viúvas e solteiras que tivessem renda própria, o exercício de um direito básico para o pleno exercício da cidadania (aff). Em 1934, as restrições ao voto feminino foram eliminadas do Código Eleitoral, embora a obrigatoriedade do voto fosse um dever masculino. Em 1946, a obrigatoriedade do voto foi estendida também às mulheres.
Como eu já disse na outra matéria, é essencial que nós, mulheres, busquemos mais representatividade na política. E acredito que este deva ser um objetivo dos homens também. Afinal, há dados que comprovam que países com mais mulheres nos governos são mais inclusivos e apresentam menores índices de corrupção. Por isso, que tal aproveitar os dias que antecedem às eleições para pesquisar sobre candidatas mulheres que defendam aquilo em que você acredita? Pode ser um bom começo para uma grande mudança!
Ah! E depois de ter feito esta escolha, vale a pena fazer a cola eletrônica para não errar na frente da urna! Bom voto!!!
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Busque seu propósito. Deixe seu legado.
Rê Spallicci