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Saúde

Setembro amarelo – Jornada da Saúde Mental na Apsen

“Setembro amarelo” foi oportunidade para levarmos conscientização sobre a importância da saúde mental

 29 de setembro de 2020
8 min de leitura

Setembro amarelo – Jornada da Saúde Mental na Apsen

Ao longo de todo o mês de setembro, publiquei aqui no meu blog artigos sobre saúde mental, em alinhamento com o mês “Setembro amarelo”, uma campanha mundial de combate ao suicídio.

Na Apsen, o mês foi também de conscientização, mediante a Jornada da Saúde Mental, um programa que contou com lives e materiais informativos sobre o tema.

Temas tabu e de interesse geral

Temas tabu e de interesse geral

Ao longo do mês, foram realizadas quatro lives que versaram  temas inerentes às questões do suicídio, e que, muitas vezes, são pouco abordados.  Os assuntos discutidos foram:

  • 03/09 – Suicídio na adolescência – Do bullying às pressões sociais: os desafios da saúde mental na adolescência
  • 10/09 – Suicídio na 3ª idade: como enfrentar este tabu?
  • 17/10 – Transtorno Mental X Doença Mental, como estes problemas podem levar ao suicídio?
  • 24/09 – Abuso de drogas e outras substâncias: um gatilho para o suicídio.

Todas as palestras foram extremamente interessantes e, por isso, quero aproveitar o meu blog para falar um pouco sobre cada uma delas, a fim de ajudar na conscientização desses temas que são  tabus e pouco discutidos em nosso dia a dia.

Suicídio na adolescência

Suicídio na adolescência

O primeiro tema da nossa jornada, Suicídio na Adolescência, foi conduzido pelo doutor Arthur H. Danila, médico formado e especialista em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Especialista em Medicina do Estilo de Vida pelo International Board of Life style Medicine, Coordenador do Programa de Mudança de Hábito e Estilo de Vida do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP e Coordenador do Serviço de Acolhimento Integrado do Núcleo de Apoio ao Estudante da FMUSP.

Os dados sobre suicídio na adolescência são extremamente preocupantes. Segundo informações da ONU, essa é a segunda principal causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos, ficando atrás apenas dos acidentes de carro. E os números estão em ascensão no Brasil e no mundo. 

Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que os índices de suicídio entre adolescentes cresceram 24% nas grandes cidades brasileiras, entre 2006 e 2015. As meninas realizam mais tentativas, mas a consumação do suicídio pelos meninos chega a ser três vezes maior.

Ao longo da live, o especialista falou sobre os muitos fatores que podem desencadear os pensamentos suicidas nos jovens, fortalecendo a ameaça real e em crescimento da depressão.

Além disso, mostrou como podemos identificar sinais de depressão nos jovens e a importância de um tratamento multidisciplinar para a questão. “De uma forma geral, os adolescentes têm uma vontade muito grande de se conhecer, de se relacionar, de pertencer a um grupo… portanto, o primeiro comportamento a se observar que pode ter ligação com uma postura  suicida é um comportamento mais retraído, pessimista, apático. São pessoas em que precisamos ficar de olho”, revela.

Dr. Arthur falou ainda sobre a importância de rede de apoio, de bullying e muitos outros temas essenciais para maior conhecimento sobre o assunto.

Você pode assistir à palestra completa dele aqui

Suicídio na terceira idade: como enfrentar este tabu?

Suicídio na terceira idade: como enfrentar este tabu?

Conduzida pelo Dr. Elson Asevedo, psiquiatra e pesquisador do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina, diretor do Instituto Conversas de Vida – Centro de Promoção de Esperança e Prevenção de Suicídio, Diretor clínico do Centro de Atenção Integrada à Saúde Mental CAISM/UNIFESP e Global Mental Health Scholar pela Columbia University, NY, a live sobre suicídio na terceira idade trouxe à luz um tema pouco abordado e até mesmo raramente estudado.

Tanto que existem poucos dados no Brasil sobre o assunto. Um dos poucos estudos, entretanto,  aponta o crescimento de 215,7% nos casos de suicídio na velhice, entre 1980 e 2012. Assim como nos casos de suicídio na adolescência, na terceira idade também existe uma maioria de suicídios entre homens, chegando a uma relação de 12 suicídios entre homens para 1 (um)  suicídio feminino.

As causas mais comuns para o suicídio na fase idosa da vida são o isolamento social – muito antes da pandemia – e as perdas que eles passam no decorrer da vida. A perda do cônjuge, de membros da família e de amigos pode gerar o pensamento suicida e fazer com que a pessoa queira antecipar o fim da vida. Também podemos citar outras perdas que possuem impacto significativo na qualidade de vida dos mais velhos, como a perda da saúde e, consequentemente, da autonomia e independência.

Ao longo da live, o Dr. Elson Asevedo explicou  a importância do acolhimento desses idosos, envolvendo-os em questões da família e da casa, aumentando, assim, o senso de pertencimento e o bem-estar. “É muito importante ter uma relação com pais e idosos que não lhe deem a sensação de fardo, mas que os incluam na vida da família; é importante um equilíbrio entre proteger e cercear valores da pessoa. E o segredo disso tudo é o amor”, ressaltou.

Você pode assistir à palestra completa sobre o tema aqui

Transtorno Mental X Doença Mental, como estes problemas podem levar ao suicídio?

Transtorno Mental X Doença Mental, como estes problemas podem levar ao suicídio?

A terceira live da Jornada abordou como a saúde mental pode estar diretamente ligada aos casos de suicídio, uma vez que a relação entre os casos de suicídio e transtornos mentais chega a mais de 96%, sendo os principais deles a depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias, ocupando as três primeiras posições, respectivamente.

Conduzida pela Dra. Sheila Cavalcante Caetano, professora adjunta do Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina / UNIFESP, psiquiatra da Infância e Adolescência, coordenadora do DICA – Desenvolvimento integral de crianças e adolescentes e responsável pelo VIDA – serviço de suicídio da EPM / UNIFESP, a live, que pode ser vista na íntegra aqui, conceituou os transtornos e a gravidade do suicídio. “O suicídio é algo muito impactante, não somente para quem teve o suicídio consumado como para as pessoas próximas. Há estudos que mostram que para cada uma pessoa que cometeu o suicídio temos seis pessoas próximas que sofrem muito e podem até desenvolver depressão.”

Abuso de drogas e outras substâncias: um gatilho para o suicídio.

Fechando a nossa Jornada, tivemos novamente o Dr. Elson Asevedo, mas dessa vez falando sobre o quanto o abuso de álcool, drogas e outras substâncias é um fator de risco para o suicídio, especialmente entre jovens.

“Eu diria que, se tivéssemos que elencar uma droga pior na questão do suicídio, eu diria que é o álcool. Definitivamente, o uso de álcool e de outras drogas, ao longo da trajetória, facilita o pensamento de que uma ideia de morte se transforme em uma atitude.”

Ele abordou as questões de tratamento das dependências químicas e como tratar de cada caso de forma individualizada e humana.

Se você quiser saber mais sobre essa palestra, pode assistir a ela  aqui.

Bom, é isso! Fico muito feliz em saber que a Apsen pôde contribuir com o papel de conscientização do “Setembro amarelo” e aproveito para agradecer e parabenizar todos os envolvidos na empresa para que essa realização pudesse ter sido um sucesso. Gratidão ao Dr. Willians Ramos, gerente médico, que conduziu com maestria os bate-papos, e aos especialistas que participaram da nossa jornada!

Leia também:

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Setembro amarelo – como identificar e tratar a depressão

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Busque seu propósito. Deixe o seu legado.

Rê Spallicci