Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, a equoterapia tem seus resultados admitidos mundialmente no tratamento de pessoas de todas as idades, e que tiveram seus processos de desenvolvimento interrompidos pelas mais diversas razões.
Andar a cavalo é extremamente prazeroso, seja como uma atividade de lazer ou esportiva. Mas poucas pessoas sabem que a relação entre homem e cavalo pode trazer também um benefício terapêutico.
É o que explica Lilian Chateau, coordenadora da Equoterapia da Sociedade Hípica Paulista. “A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou necessidades especiais”, explica Lilian, que é fisioterapeuta, especialista em Psicomotricidade e Equoterapia, e ainda, Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento. Segundo ela, o cavalo e o meio equestre são comprovadamente agentes facilitadores de ganhos físicos, psicológicos e motivadores para a aprendizagem.
Apesar de nas últimas décadas a Equoterapia estar sendo valorizada e estimulada, sabe-se que o cavalo serve a humanidade há muito tempo. Na Grécia antiga, por volta de 350 a.C., Hipócrates, pai da medicina, já aconselhava a sua prática na solução de problemas de saúde, em especial para a insônia, e até para tratar de problemas comportamentais. Porém, durante séculos, a terapia permaneceu em plano secundário.
Somente após a Segunda Guerra Mundial é que a Equoterapia foi retomada e passou a ser valorizada e estudada com a devida importância. Hoje, os resultados desta ciência são reconhecidos mundialmente no tratamento de pessoas de todas as idades, e que tiveram seus processos de desenvolvimento interrompidos pelas mais diversas razões.
Tratamento complementar
Reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (desde 1997) e pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (desde 2008), a Equoterapia é indicada como tratamento complementar para crianças e adultos com necessidades especiais que apresentam deficiências motora, visual, física, intelectual, transtornos do desenvolvimento, síndromes genéticas, distúrbios de aprendizagem, hiperatividade e déficit de atenção, acidente vascular, depressão, estresse, fobias, medos e agressividade.
Na Sociedade Hípica Paulista, que atua na habilitação e reabilitação de crianças e adultos com necessidades especiais por mais de 15 anos, a equipe de Equoterapia e Equitação é multidisciplinar. Ela é composta por profissionais das áreas da saúde (fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos), educação (pedagogos e psicopedagogos, psicomotricistas, educadores físicos) e equitação (instrutor de equitação), além da figura do auxiliar guia. “Todos os profissionais das áreas da saúde e educação, além de dominarem seus conteúdos específicos de atividade, dominam também as técnicas de equitação de forma a explorarem, ao máximo, o ambiente equestre e o cavalo”, comenta a coordenadora.
Benefícios
Os benefícios da Equoterapia podem ser físicos, psicológicos, educacionais e sociais. “Quando se está montado a cavalo, os estímulos são transmitidos ao Sistema Nervoso Central, desencadeando respostas neuromusculares que favoreçam o equilíbrio, adequação do tônus muscular, reações de proteção, fortalecimento muscular, entre outras habilidades motoras que possibilitem maior desempenho ou independência funcional. Além disso, são utilizadas técnicas específicas da área da fisioterapia para atingir resultados ainda mais positivos”, ensina Lilian, destacando as vantagens físicas da prática.
Ainda segundo ela, inúmeras pesquisas científicas relatam os benefícios do convívio com animais. “Com o cavalo, não seria diferente. A relação de amizade e afeto pelo animal e de familiarização com o ambiente equestre propiciam ao praticante um caminho de descobertas e novas conquistas”, afirma.
No aspecto educacional, o cavalo e o ambiente equestre são facilitadores e motivadores de aprendizagem. “Com a utilização de materiais lúdicos e pedagógicos, é possível, durante a montaria, trabalhar habilidades cognitivas, de memória e atenção”, reforça.
Por fim, no âmbito social, a terapia é uma valiosa ferramenta de integração e inclusão social. “Por meio da pratica esportiva, podem-se desenvolver as individualidades, formar para a cidadania e orientar para a prática social”, finaliza.
Busque seu propósito. Deixe seu legado.
Rê Spallicci